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segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Classificação das Vozes no Canto Lírico:

O Baixo Superprofundo


A classificação das vozes no canto lírico é matéria em torno da qual há muita controvérsia. De forma bastante simples, poderíamos classificá-las em 4 categorias básicas: baixo, barítono, tenor, e soprano, e tudo seria muito fácil se fosse só assim.Entretanto, há na voz humana uma grande quantidade de características e especificidades a serem consideradas (o que faz com que não haja duas vozes exatamente iguais, ainda que consideradas como da mesma categoria), o timbre, a extensão, a flexibilidade, a potência de emissão, a impostação, etc., são características que tornam as quatro categorias bem mais complexas.Os compositores escrevem suas obras dentro de certos padrões, atribuindo a execução de cada parte da partitura aos instrumentos (ou naipes de instrumentos) mais adequados para interpretá-la. Os instrumentos, portanto, têm seu “papel” específico na partitura, sua área de execução mais confortável e apropriada à sua tessitura. O mesmo acontece com a parte cantada de uma partitura, cada tipo de voz é o “instrumento” mais adequado para a execução dos trechos destinados ao canto.Temos ainda que considerar que além da tessitura do instrumento (ou voz) ter que ser adequada ao tom da música, é preciso que ele permita a agilidade necessária para sua execução. Paganini, por exemplo, jamais escreveria o “Moto Perpétuo” para ser executado por um instrumento de sopro, muito menos para canto, devido à velocidade de execução da peça e à inexistência de intervalos de tempo que permitam ao executante respirar. É bem verdade que alguns artistas conseguiram a façanha de adaptar o estilo do “moto” a instrumento de sopro, como o nosso grande Altamiro Carrilho (na peça A Galope), mas creio que utilizando o recurso de gravação e estúdio. Finalmente, de acordo com as qualidades específicas necessárias para a interpretação da música, poderíamos fazer a seguinte classificação, partindo da voz mais grave para a mais aguda.

1) CATEGORIA DOS BAIXOS

- Baixo Superprofundo
- Baixo Profundo
- Baixo Cantante
- Baixo Coloratura Brilhante

2) CATEGORIA DOS BARÍTONOS

- Barítono
- Barítono Dramático
- Barítono Lírico
- Barítono Ligeiro

3) CATEGORIA DOS TENORES

- Tenor Dramático
- Tenor Lírico
- Tenor Lírico Ligeiro
- Tenor Ligeiro
- Contratenor

4) CATEGORIA DOS SOPRANOS

- Mezzo Soprano Dramático
- Mezzo Soprano Lírico
- Soprano Dramático
- Soprano Lírico
- Soprano Ligeiro
- Soprano Lírico Ligeiro (Coloratura)

Bem, para não cansar os raros leitores (muito menos os pouquíssimos ouvintes) desta página, vamos exemplificar, gradativamente, os diferentes tipos de vozes. Comecemos com o Baixo Superprofundo.O Baixo Superprofundo é o timbre mais grave masculino, com um registro raríssimo, que abarca cerca de duas oitavas abaixo da média, alcançando notas muito graves. É uma continuação do baixo profundo com um registro mais grave e mais extenso.Desconheço repertório operístico para esse tipo de voz. Geralmente os baixos superprofundos dedicam-se a interpretar canções escritas ou adaptadas para sua tessitura vocal.
 Curso de Fisiologia da Voz

Introdução

 Material preparado por Saulo Couto ( saulocouto@yahoo.com.br) Através deste excelente trabalho, podemos conhecer um pouco mais sobre como a nossa voz é produzida, que partes do corpo influenciam mais para a produção de um bom som, e quais os cuidados que se devem tomar para evitar danos ao aparelho fonador. O nosso objetivo é fornecer informação. Se você tem algum problema médico mais sério, procure um especialista.
Introdução
O ponto principal para quem canta ou quem fala é a comunicação. A mensagem a ser transmitida deve ser recebida e entendida pelo ouvinte. Para tanto, é preciso se conhecer mais a respeito do aparelho responsável pela comunicação: o corpo.
Quem canta também precisa comunicar-se de forma falada durante as apresentações, e por isso, o cantor não deve ignorar os cuidados com a voz falada.
É importante saber que todos têm a capacidade de comunicação, desde que queiram dedicar-se e tentar sempre o aprimoramento de seus conhecimentos. Todos estão sujeitos à falha e à imperfeição, porém cabe a cada um procurar desenvolver seu dom, conhecer suas limitações e capacidades.
Para se comunicar não basta apenas falar, ou simplesmente cantar. Comunicar-se é colocar sentimento na mensagem, não apenas com a voz, mas com o corpo em geral. O corpo funciona de modo conjunto, não podendo ser fracionado de modo a serem usados apenas alguns órgãos que produzem som.
O comunicador deve ser consciente dos aspectos que envolvem o seu trabalho, como a voz, postura, respiração, e tudo o mais que pode interferir no seu objetivo central: levar adiante a mensagem de vida e salvação.

Como é Produzida a Voz Humana



A produção do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde estão as cordas vocais. A laringe é composta por três anéis de cartilagem. Dentro destes anéis, estão as cordas vocais, que são pequenos músculos com grande poder de contração/extensão. São classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de 1 cm nos homens e até 1,5 nas mulheres) estão na parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da voz normal é produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas.

Durante a respiração, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para a produção de som elas se fecham, e o ar faz pressão, causando uma vibração que produz o som.


Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)
Articulação e Clareza do Som

Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos:
Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da fala.
Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música através do modo como se executa.
O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação usual.
Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no funcionamento deles irá interferir no som emitido.
Lábios

Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.
A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:
Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena.
Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.


De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos lábios.
Língua
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto.
Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe.
Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva.
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintesexercícios de relaxamento.


colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua


pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos
Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da língua na posição de repouso.
Maxilar
A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala.
O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.
Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles com tendência à luxação do maxilar.


LateralizaçãoAbrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda
Abertura totalAbrindo bem a boca por alguns segundos.

3. Projeção anteriorCom a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim por alguns segundos.
4. Projeção posteriorCom a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.
Faringe
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca.
Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o espaço para a ampliação da voz.
Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:
- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso.
- pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando 0 padrão de língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo).


Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.
O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça:
Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula).
Sons nasais

Sons orais
Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco.
O Mau Uso da Voz

Deve-se ter em mente que o mau uso da voz não começa ao se cantar de forma errada, mas sim ao se falar de forma errada. Os cantores estão duplamente expostos a ter problemas nas cordas vocais. Por isso, é necessário saber como preservar a voz tanto ao se falar quanto ao se cantar.
O início dos problemas nas cordas vocais pode ser sutil, uma rouquidão aqui, uma dorzinha ali. No entanto, este é um assunto extremamente importante para ser ignorado, pois, às vezes, o descaso pode levar à perda completa da voz.
Ao menor sinal de que algo não vai bem com as cordas vocais, ou em qualquer outro órgão envolvido com a fonação, deve-se procurar um especialista, o fonoaudiólogo.
Um dos problemas comuns é sentir gosto de sangue na boca após uma apresentação musical, ou se falar muito. Apesar de o ferimento ser minúsculo, gotículas de sangue são jogadas pelo ar na boca, causando essa sensação. Outra sensação comum é o de areia. As dores, geralmente, são em pontadas. Com o tempo, uma simples lesão pode-se tornar em uma espécie de cicatriz chamada fibrose, apresentar vários cistos, calos e até mesmo se tornar em um tumor.
Timbre
Um erro comum, porém muito grave, é em relação ao timbre. O timbre é o fato determinante do tipo de voz: soprano, mezzo soprano, contralto, tenor, barítono e baixo. O timbre de uma pessoa não é escolhido aleatoriamente, ele existe por razões anatômicas: o tamanho da laringe. Por exemplo, os homens que têm o "gogó" pronunciado ou pontiagudo têm maior facilidade de ressonância, e conseqüentemente voz mais grave.

O desconhecimento disto é muito sério e pode destruir a voz de uma pessoa. Muitas pessoas com características de voz grave têm cantado por aí com uma voz aguda e vice-versa. Alguns deles até com uma voz "linda". Porém, esta voz "linda" foi apenas fabricada, e não vai durar muito.
Em quase 100% das pessoas existe um padrão anatômico determinante do timbre. Diz-se que as pessoas com pescoço comprido e "gogó" proeminente possuem timbre grave (baixo e contralto); pessoas com pescoço de tamanho médio com pouca proeminência possuem timbre médio (barítono e mezzo); e pessoas com pescoço mais curto, praticamente sem saliência possuem um timbre agudo (tenor e soprano).
Cantar e falar fora do próprio timbre natural pode provocar um "destimbramento" vocal, ou seja, uma descaracterização da voz com perda da qualidade.

Tensão da Corda Vocal
Em relação à tensão da corda vocal, podem ocorrer 3 tipos de problemas:
Frouxidão completa
Excesso de compressão
Desequilíbrio no funcionamento


Na Frouxidão completa, as cordas não se fecham totalmente, resultando em um som soprado, pois uma dose excessiva de ar está fluindo, e devido a esta interferência na voz, a pessoa fará mais esforço para produzir sons.
Quando há excesso de compressão, as cordas vocais ficam muito apertadas. Isto pode ser devido a tensões, falta de orientação técnica, e resulta em um som difícil, tenso, irritante, estrangulado ("taquara rachada"), forçado, provocando tensão nos outros músculos associados na produção vocal.
Havendo Desequilíbrio no funcionamento das cordas vocais (ora tensas, ora relaxadas), ocorrerão mudanças sensíveis na produção do som vocal.
O ideal é que a corda fique num meio termo, suficientemente contraída para não deixar o ar escapar rapidamente.
Sustentação e Força
Os problemas de sustentação de nota e também a falta de força sonora (voz de pouco alcance, volume), tem sua origem nos produtores (elemento do aparelho fonador), ou mesmo em razões pessoais, como o medo de soltar a voz, talvez não por falta de capacidade, mas por não ter aprendido a usá-la. Então, é necessário um trabalho de conscientização de voz orientada por um professor de canto.
Por outro lado, a pessoa que tem o hábito de falar alto demais, não pronunciando bem as palavras, correm um alto risco de apresentar calos de corda vocal, além de outros problemas como dor de cabeça, sinusite, faringite, e até mesmo cáries pelo desgaste do esmalte.
Perda de Tons
A perda de tons, não é, necessariamente, um problema vocal. Esta é uma questão mais ligada a um fator hormonal. As crianças possuem timbres muito semelhantes, não sendo distintos os timbres de meninos ou meninas. Porém, por volta dos 10 -12 anos, o corpo começa a receber uma descarga de hormônios, e os rapazes passam por um processo de transição de voz mais significativo que as moças, pois podem chegar a perder até 7 tons, enquanto que as moças apenas cerca de 3 tons.

Outra situação que isto acontece é nas mulheres após os 45 anos, devido a perda de hormônios, com uma perda de cerca de 3 tons. Isto pode ser remediado com a reposição hormonal, sob prescrição médica, evidentemente. Nos homens, após 50-55 anos, ocorre o oposto, pois têm sua voz "agudizada", também por questões hormonais. Quando se cuida bem da voz, as mudanças são mais sutis, não provocando nenhum distúrbio vocal.
Mitologia Vocal
A maioria das pessoas acredita em certas formas de terapia para tratar a voz. Essas crendices são infundadas, portanto incorretas.
Voz Cansada

Alguns dizem que a voz cansada é uma coisa natural ou normal depois de uma fala prolongada, ou mesmo fala leve. Falando assim, fica parecendo que os músculos da laringe e faringe (músculos que produzem voz) se cansassem e aceitassem a rouquidão, a ardência ou mesmo a perda parcial da voz, faringite e até laringite como algo plenamente normal.
Outros acreditam que algumas pessoas nascem com garganta débil, ou com voz insuficiente, e que sempre tenderão a transtornos vocais.
Isto tudo não é verdade, e sim coisa de gente mal informada, pois a voz bem empregada não se cansa, não produz sintomas negativos e nem esforços extras para falar. O uso constante em si não leva a problemas de voz; o que causa esses problemas é o uso indevido, mal administrado, abusivo e vocalização incorreta.

A voz bem definida (tom apropriado, entonação e ritmo corretos) pode ser usada durante jornadas de trabalho de até 8 horas diárias. No entanto, deve-se lembrar que o cansaço físico acarreta cansaço vocal, assim como a saúde geral do indivíduo deve ser levada em conta.
O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o especialista, seja médico, fonoaudidlogo, professor de canto, e não sair por aí fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além de não trazer benefícios, podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial.
É comum se confundir faringe e laringe ao se pensar nesses preparados e receitas. É importante se ter em mente que nenhum desses xaropes, chás e gargarejos chegam até as cordas vocais. Basta conhecer a anatomia para verificar este fato
À menor gota ou farelo tocar as cordas vocais, desencadeia-se um processo muito desagradável de tosse, desespero, falta de ar.
Alguns especialistas acreditam que não se deve fazer o gargarejo com o objetivo de medicar as cordas vocais, uma vez que o líquido não chega efetivamente até elas.
Alguns métodos caseiros podem ser até úteis, porém durante períodos limitados, apenas mascarando os sintomas verdadeiros sem eliminar a causa do problema, que pode ser uma vocalização incorreta ou uso abusivo da voz, ou até problemas como faringite.
Problema Central
Um erro freqüente é a não focalização no problema central causador da doença. Assim, muitas pessoas chegam a trocar de profissão para usar menos a voz, ou fazer um repouso vocal exagerado (que não é significativo nas terapias da voz), e até mesmo, alguns se utilizam de tranqüilizantes por tempo indefinido. Os relaxamentos (ioga, meditação transcendental, regressões psíquicas...) não devem ser tentados como resolução do problema vocal. A pessoa deve procurar um especialista.
Educação Vocal
Um grande mito é que só se educa a voz para o canto. A voz falada merece tanta atenção quanto a voz cantada, pois uma pode acabar interferindo na outra.
Há casos de pessoas que perdem completamente sua voz devido ao modo de falar errado, sendo às vezes necessário uma cirurgia para a retirada das cordas vocais.
Existem "dicas" para "melhorar" a voz que são tão fora da realidade que chegam a agredir a inteligência. Algumas destas são o uso de lápis ou bolinhas na boca durante a fala; fazer massagem com álcool canforado na garganta; fazer vocalizes com grande intensidade, de madrugada, para aumentar a extensão vocal...

Diante de tais afirmações, é preciso usar o bom senso e perceber que se deve trabalhar os órgãos envolvidos na produção do som com sensibilidade, conscientização, percepção. Algumas "receitas" podem ser perigosas, podendo causar até queimaduras. E alguns vocalises feitos com grande intensidade levam à Parafonia Hipercinética (distensão das cordas vocais).
Aquecimento Vocal
A laringe é muito sensível, e é um dos primeiros órgãos a ser afetado diante do estresse, emoções, cansaço e outros. Isso faz com que haja modificação na voz, e muitas vezes, a situação obriga às pessoas a forçarem seu "instrumento ". E, algumas vezes, a situação se torna pior, pois "soltam" a voz de qualquer jeito , sem um aquecimento prévio.
O aquecimento vocal é tão importante para o cantor quanto o aquecimento físico é para um jogador de futebol, por exemplo; pois pode evitar lesões importantes. Por outro lado, não é correto gastar tempo demais "esquentando" a voz. Há pessoas que passam 30 minutos neste processo, e ao final, em vez de terem "aquecido", terão é mesmo "fervido" a voz. Isto resulta em pouca produtividade durante o período que se segue.

O ideal é que o vocalise não exceda 5 minutos. Existe uma técnica elaborada por um pesquisador fonoaudiólogo chamada "Manipulação da Laringe". Ainda há controvérsias quanto ao uso deste método, mas aparentemente não há nenhum efeito colateral maléfico. Ele consiste em o que seria uma "massagem" na laringe, em pontos específicos pré-determinados, diferenciados para voz grave e aguda. A necessidade e a forma de utilização deste método devem ser definidas por um profissional capacitado. Não tente fazê-lo por conta própria.
Características Vocais
Voz Rouca
A rouquidão pode ser causada por vários fatores, tais como o uso abusivo, processos patológicos (calos, tumores...), e também pela mb colocação da voz devido a algum processo emocional (traumático ou não).
Não é raro encontrar crianças que se expressam através de berros. Isso acontece por vários motivos: moram em lugares com alta poluição sonora, ou mesmo porque seus familiares falam muito alto. Neste caso, o referencial que acompanha a criança desde pequena é que o normal é falar com um volume de voz elevado. Outras vezes é comum que numa mesma família todos falem com voz rouca, sem necessariamente existir algum impedimento físico por tanto, sendo apenas uma questão de referencial adquirido com a convivência familiar.
Assim, as pessoas vão assimilando este comportamento, e, ao emitir a voz, forçam as cordas vocais sem saber, e o que antes era apenas um costume familiar, torna-se um problema orgânico sério: calor, inchaço, pólipos, etc.

O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o especialista, seja médico, fonoaudiólogo, professor de canto, e não sair por aí fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além de não trazer benefícios, podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial.
Outro fator causador de sérios problemas nas cordas vocais é o cigarro. Não só o fumante ativo está sujeito aos problemas vocais, mas também, os fumantes passivos, que absorvem a fumaça emitida pelo ativo. Portanto, é um crime familiares fumarem perto de crianças, principalmente em ambientes fechados, pois a poluição envenena o sistema respiratório e afeta as cordas vocais, causando rouquidão e outros problemas mais graves, como tumores malignos. Vale lembrar que de acordo com uma pesquisa de 1997, 73% dos tumores de corda vocal são malignos.
Não se deve ignorar o problema da voz rouca. É de extrema importância realizar o trabalho de correção dos problemas orgânicos com um otorrinolaringologista (medicações/cirurgias) e também dos problemas "mecânicos" com um fonoaudiólogo (timbre, colocação, exercícios, volume, etc.).
Voz Fina
Em 99% dos casos, segundo pesquisas, a voz fina é de origem emocional. O mais comum é, ao entrar na puberdade, o rapaz assustar-se com a mudança e procurar manter a voz da infância, apesar de sua laringe já estar pronta para a transformação.
Um ponto perigoso é o excesso de mimo na infância em ambos os sexos, podendo alterar o ritmo da fala, além de manter a voz infantil. Isso é muito perigoso para os meninos, que podem ser taxados de homossexuais logo cedo, podendo gerar traumas muito profundos na criança.
Outro desencadeador da voz fina são os traumas, como os cirúrgicos. A retirada das amídalas é um bom exemplo, pois a criança pode ficar com medo de falar firme, mantendo a voz infantil.
As causas orgânicas são mais raras, e ocorrem, normalmente, diante de uma atrofia física de origem hormonal. Existem alguns métodos de tratamento, e a pessoa deve procurar um especialista.
Voz Trêmula
Embora seja um problema de difícil resolução, existem métodos, que bem aplicados e praticados podem surtir excelentes resultados.
Este é um problema difícil, pois advém de um trauma muito forte, onde a pessoa insiste em falar apesar de tudo. A voz falha, fica trêmula, o que causa uma forte tensão nas cordas vocais. Então, a pessoa sente dificuldade de se adaptar ao enfrentar situações semelhantes ao trauma. É interessante notar que durante o relaxamento da musculatura das cordas vocais, como no sorriso, a pessoa consegue emitir a voz corretamente.
Postura Corporal Correta
É impossível imaginar um piano que tenha um som perfeito se estiver com alguma parte faltando, ou quebrado, ou mesmo mal posicionado. Uma flauta amassada não terá o mesmo som de uma que está perfeita.
Desta forma, acontece com o corpo humano. O som produzido será sempre influenciado pela postura que se adota, por diversas razões. Uma boa postura:
É bem menos cansativa do que uma postura má ou relaxada, pois assim, os ossos e músculos fìcam posicionados de modo que haja o mínimo de esforço e tensão.
Causa um melhor aproveitamento respiratório.

Dá um melhor aspecto à visualização, além de transmitir maior segurança.
Coloca o mecanismo vocal na melhor posição para o seu posicionamento, tornando mais fácil a produção de uma sonoridade com qualidade.
Traz confiança, bem-estar psicológico e físico o todo o organismo.
Faz o corpo funcionar melhor, conseqüentemente beneficia a saúde vocal.
A boa postura para cantar deve ser aprendida e praticada até que se torne um bom hábito.
Pés: uma boa base dá maior segurança e firmeza. Inicialmente, deverão estar um pouco afastados. Em apresentações mais demoradas, o ideal é variar a sustentação do peso entre os pés, porém não de forma demorada, para evitar fadiga e tensão. Não se deve colocar o peso apenas sobre os calcanhares.

Pernas: como ajudam a fixar e sustentar o corpo, elas nunca ficam totalmente relaxadas. No entanto, elas devem ficar flexíveis, nunca rígidas, prontas para o movimento. Não se deve apoiar todo 0 peso do corpo somente em uma perna, pois haverá uma forte tendência a tremer. Para ajudar a resolver a tensão nas pernas e pés, pode-se fazer algum alongamento nesta região.
Quadris: devem estar equilibrados, evitando um lado estar mais elevado que o outro. Porém, uma leve alternância, ou movimentação ajuda a relaxar esta região, pois não é bom que esteja muito rígida durante a apresentação.

Abdome: não deve estar exageradamente projetado para dentro ou para fora. Deve-se evitar tensões demasiadas neste local, pois a musculatura desta região é de extrema importância para a respiração controlada, como é a de um cantor ou orador.
Costas: manter a coluna ereta de forma não rígida favorece o bem estar do som, por melhorar as condições da expansão do tórax, melhorando a respiração. Deve permanecer de forma equilibrada, sem inclinações exageradas.
Tórax: deve estar numa posição relaxada, evitando-se qualquer contração muscular exagerada, para facilitar o mecanismo do ar. Deve-se sentir todo o tórax agindo em conjunto.

Ombros: devem estar descontraídos, sem nenhuma tensão nestas articulações. Qualquer rigidez nesta região pode comprometer a ação dos músculos do tórax e do pescoço. Eles não devem se mover muito para frente, nem para trás, nem para baixo, muito menos para cima. A rigidez local pode complicar a toda a postura.
Braços e mãos: devem estar caídos livremente ao longo do corpo, de forma natural, o mais livre de tensão possível. Os maneirismos devem ser evitados, como ficar apertando as mãos à frente ou atrás, ou torcendo-as, pois isso causa uma tremenda tensão nos braços e no tórax, além de interferir na ação dos outros músculos do corpo. Esse tipo de atitude também é bastante deselegante. E ao segurar o microfone, deve-se ter o cuidado de manter os ombros e braços relaxados, para evitar tensão no pescoço.

Cabeça: deve estar centralizada. O olhar deve estar na direção das pessoas, e o queixo não deve estar nem muito baixo nem muito alto.

Posição sentada: quando se está sentado, o principal apoio do corpo é o assento. O tronco e a cabeça devem estar alinhados, com a coluna ereta, e os quadris devem estar bem apoiados no encosto, sem, no entanto, fazer com que o abdome fique projetado para frente, ou o oposto, ficando com a coluna inclinada para frente. Em ambas as situações haverá comprometimento da respiração, e cansaço em pouco tempo. Se se está sentado em uma cadeira com braços, não se deve apoiar os próprios braços sobre os da cadeira, pois haverá maior sobrecarga nos ombros, prejudicando a coluna.
O Sistema Respiratório
O Sistema Respiratório possui várias funções, que vão além da respiração, como a de defesa e a de fonação. É importante, no entanto, saber que sua principal função é a realização da entrada e saída de ar (gás) nos pulmões, processo chamado de ventilação. Desta forma, o sistema respiratório é comparado a uma "bomba vital" que trabalha 24 horas por dia, realizando suas funções sem que se tenha consciência desse movimento.

A entrada do ar é extremamente importante para o organismo, pois ele é composto pelo Oxigênio (21%), Nitrogênio (75%), Gás Carbônico e outros gases. O metabolismo humano depende da contínua chegada de Oxigênio (O2), retirado do meio ambiente.
As necessidades básicas de um adulto sadio em repouso, são em torno de 250 ml de 02. Por outro lado, é necessário que o Gás Carbônico (C02), produto final de inúmeros processos metabólicos, seja continuamente retirado do organismo. Com a ventilação, o 02 é abundantemente oferecido ao corpo com a entrada de ar nos pulmões, enquanto que o CO2 é retirado com a saída do ar.
As Vias Respiratórias
O ar entra pelo nariz e pela boca; passa pela faringe; laringe; traquéia; brônquios e bronquíolos (no pulmão)
Cada uma dessas estruturas possui uma significativa função na respiração. O nariz, além de servir de "porta de entrada e saída" do ar, o precondiciona de vários modos, aquecendo-o (37°), umidificando-o e limpando-o. A faringe, comumente chamada de garganta, divide-se em duas vias: na traquéia e no esôfago. É nessa região que o alimento é separado do ar. O ar vai para a traquéia, enquanto o alimento atinge o esôfago. Essa separação é controlada por reflexos nervosos. A laringe forma a transição das vias aéreas superiores e inferiores, e é nela que se localizam as cordas vocais.
Continuando-se com a traquéia, estão dois tubos de passagem de ar para cada pulmão, os brônquios. Estes tubos vão diminuindo de espessura e se dividindo cada vez mais à medida em que entram nos pulmões, num total de 23 divisões.
Ao final dessas divisões, estão os bronquíolos, que por sua vez dividem-se em bronquíolos respiratórios. Até esse ponto, a "árvore brônquica" já possui cerca de 1 milhão de tubos. No entanto, a troca gasosa ocorre apenas em estruturas que encerram estas divisões, os alvéolos (explicados posteriormente).
Os Pulmões
Os pulmões são órgãos essenciais da respiração, localizados dentro da caixa torácica, um de cada lado do coração e revestidos por uma membrana muito delicada, a pleura.
O volume pulmonar varia entre 4 a 6 litros, aproximadamente a quantidade de ar contida numa bola de basquete.
O peso aproximado dos pulmões de uma pessoa com dimensões médias é 1 kg. A área de superfície pulmonar é considerável. Se o pulmão fosse estendido, o tecido cobriria cerca de 60 a 80 m2. Isto é aproximadamente 35 vezes maior que a superfície corporal da pessoa, e superfície para cobrir quase a metade de uma quadra de tênis.
Os Alvéolos e as Trocas Gasosas
Os alvéolos são sacos elásticos de parede muito fina, e em número de 300 milhões em cada pulmão. Na figura acima estão representados vários deles. Cada pequeno globo é um alvéolo diferente.
Nos alvéolos, ocorrem as trocas gasosas, porque ao lado estão pequenos vasos sangüíneos, os capilares. O O2 passa através da parede do alvéolo e da parede do capilar, indo parar na corrente sangüínea; e o CO2 passa pela parede do capilar e pela do alvéolo, sendo, então, possível eliminá-lo do organismo.
Durante cada minuto em repouso, cerca de 250 ml de O2 deixam os alvéolos e penetram no sangue, e aproximadamente 200 ml de CO2 saem dos capilares e entram nos alvéolos
Os Grupos Musculares da Respiração
Existe uma diferença de pressão entre o ar dentro dos pulmões e a superfície de contato com a parede torácica, que faz com que os pulmões fiquem aderidos ao interior dessa parede. Por isso, os pulmões acompanham literalmente todos os movimentos, ou qualquer mudança no volume do tórax.
Sozinhos, os pulmões não conseguem alterar seu volume, pois, para isso, precisam dos músculos.
Os movimentos da caixa torácica, assim como qualquer outro movimento corporal (andar, chutar, comer...) dependem de uma contração muscular.
O ato de respirar pode ser dividido em 2 momentos: a inspiração (entrada de ar) e a expiração (saída de ar).
Existe um grupo de músculos responsável por cada uma das etapas. É importante saber que nem todos eles são usados ao mesmo tempo, a depender da situação, torna-se necessária a presença de apenas alguns deles.
No entanto, em cada grupo, existem aqueles que são os mais solicitados, e são tidos como os principais; e os demais, são tidos como acessórios.
O grupo dos inspiratórios é bem grande, com mais de 15 músculos, que elevam as costelas ao se contraírem.
Eles podem ser classificados como:

Músculos Inspiratórios Principais
Diafragma (principal)
Intercostais externos
Músculos Inspiratórios Acessórios
Esternocleidoccíptomastoideo (ECOM)
Escalenos
outros


O grupo dos expiratórios é menor, com cerca de 8 músculos, que atuam no sentido de abaixar as costelas:

Músculos Expiratórios Principais
Intercostais Internos
Músculos Expiratórios Acessórios
Músculos abdominais
Outros
A Respiração
A diferença de pressão que existe entre o ar ambiente e o ar de dentro do pulmão é que faz com que o ar entre. Algo parecido acontece com uma seringa ou um aspirador de pó.


Dentro do pulmão, a pressão é negativa, e devido à gravidade, em uma pessoa sentada ou de pé, a pressão da parte de baixo é mais próxima do zero que a da parte de cima. Por isso o ar entra primeiro na parte de baixo, e em seguida na de cima, e ao final da inspiração, todo o pulmão deve estar cheio por igual. Daí a importância de uma boa postura durante a inspiração, caso contrário, não é possível usar toda a capacidade pulmonar, o que interfere diretamente no "fôlego" e nas trocas gasosas de uma pessoa.
Quando o processo dessas trocas termina, começa a expiração. A caixa torácica vai voltando à sua posição inicial, empurrando o ar para fora. É como um elástico esticado que tende a voltar ao normal.
A Inspiração
A contração dos músculos inspiratórios aumenta o volume da caixa torácica, conseqüentemente do pulmão. Um exemplo deste movimento é a elevação da alça do balde, representado a inspiração. Isto causa aquele efeito da seringa, porque mais espaço para o ar vai surgindo.


O principal responsável por este efeito é o diafragma, por ser o mais forte. Os intercostais também são muito importantes, principalmente para aqueles que precisam de muito ar, como os cantores.
Há dois tipos de inspiração:
relaxada, a normalmente usada, e realizada pelos inspiradores principais;
forçada, feita pelos inspiradores principais mais os acessórios.
Os músculos acessórios não devem ser usados na respiração normal, principalmente para quem canta. Como a maioria deles está localizada na região do pescoço, e sua contração (tensão) pode prejudicar o som produzido pelas cordas vocais.
O Diafragma
O diafragma é um músculo plano, amplo, em forma de guarda-chuva, que fica entre o tórax e o abdome, e está preso nas costelas e na coluna.
Ao se contrair o diafragma, suas bordas levantam as costelas, enquanto o seu centro se abaixa, empurrando os órgãos do abdome.


Intercostais Externos
Os intercostais externos são, junto com o diafragma, fazem parte dos músculos inspiratórios principais. Eles estão localizados entre cada uma das costelas. Quando eles se contraem, eles elevam a caixa torácica, aumentando o seu volume, e promovendo a entrada do ar. Na figura abaixo, os intercostais externos estão representados pela cor vermelha. Leve em consideração que a ilustração está indicando apenas um grupo de músculos, entre um par de costelas. Na verdade, eles estão presentes unindo todas as costelas.
Na cor verde, vemos os intercostais internos, responsáveis pela expiração, explicada mais adiante. Observe na "visão superposta" como eles ficam posicionados atrás dos intercostais externos. O fato de eles serem inclinados em posições opostas causa os movimentos opostos de inspiração e expiração. Os intercostais internos abaixam as costelas, fazendo com que o ar saia na expiração forçada.
Esses músculos estão entre as costelas e atuam para que todas elas façam o mesmo movimento durante a inspiração ou expiração e atuam para que todas elas façam o mesmo movimento durante a inspiração ou expiração.
Acessórios
Estes músculos atuam no sentido de elevar as costelas na inspiração forçada. Devem estar relaxados na hora de cantar. Na ilustração fica mais visível que existem dois ECOMs, um de cada lado; com os escalemos ocorre o mesmo, estão em pares
ECOM
Escalenos
Expiração

Existem dois tipos de expiração, a normal e a forçada. A expiração normal, relaxada é uma ação natural, assim como a volta de um elástico puxado. O diafragma e os intercostais externos simplesmente voltam ao normal. Os músculos da expiração apenas devem entrar em ação quando se precisar de uma expiração forçada, como soprar uma vela, numa tosse ou espirro, por exemplo.
A expiração dura cerca de 2 a 3 vezes mais que a inspiração. Mas, mesmo assim, um cantor deve ter total controle sobre o relaxamento do diafragma, para que sua volta à posição inicial seja o mais lenta possível, de acordo com a necessidade, e para não soltar o ar de vez.
Exercícios

Treino da Utilização Muscular


1. Respiração DiafragmáticaPessoa deitada com um livro no abdome. A intenção é elevar o livro.
Diafragma e IntercostaisEm pé, fazendo a respiração diafragmática, e expandindo as laterais do tórax.
Treino do Aumento da Capacidade Pulmonar

1. Soluço Inspiratório

Inspirar aos poucos pelo nariz até encher o pulmão: inspirar - pausa - inspirar pausa - inspirar o máximo - soltar o ar de vez pela boca.

2. Expiração Abreviada
Inspirar fundo normalmente (nariz) e soltar um pouquinho; inspirar fundo outra vez e soltar um pouquinho; inspirar mais uma vez, até sentir o pulmão o mais cheio possível, e soltar de vez pela boca.

Treino do Controle Diafragmático

1. Inspiração ProfundaInspirar profundamente pelo nariz, e soltar pela boca, em "SSS", demorando o maior tempo possível.

2. Exercício da velaSoprar a vela a uma pequena distância (cerca de 1 palmo) sem apagar a chama, e mantendo-a em equilíbrio na posição oblíqua.
O Pigarro
O Sistema Respiratório tem um mecanismo muito interessante para se defender das muitas impurezas do ar respirado. Esse mecanismo é formado por um sistema de células que possuem cílio, de células que fabricam muco e de muco.
O mecanismo funciona como uma esteira rolante, pois a sujeira do ar gruda no muco e os cílios tratam de empurrá-lo para cima, em direção da laringe.
Diariamente, a produção de muco chega a 100 - 150 ml em 24 horas. Sem o muco, os cílios não funcionam, como no caso de uma desidratação séria. E o excesso de muco pode dificultar muito o trabalho dos cílios, como nas infecções ou ao inalar substâncias irritáveis, como fumo, álcool ou sedativos.
O ato de fumar modifica o efeito de esteira rolante, porque no fumante há perda de cílios, e excesso de muco, entre outros problemas.
Comumente, o muco é chamado de pigarro quando interfere na voz, causa tosse etc. O muco ou pigarro precisa ser eliminado do organismo, e quando passa pelas cordas vocais, podem causar uma diferença na sua vibração, modificando o som produzido.
A forma que o corpo usa naturalmente para eliminar o pigarro é através da tosse.
Tosse

A tosse existe para eliminar as secreções do Sistema Respiratório, e por isso precisa ser eficiente.
A melhor posição para tossir é a sentada ou a inclinada para frente, com o pescoço voltado um pouco para baixo. A inspiração deve ser profunda, pelo diafragma. A expiração deve ser forçada pelos músculos da barriga, os abdominais, podendo fazer um som de "Q" durante a tosse, que deve ser tripla, para ser mais eficiente.
O cantor deve ter cuidado ao tossir, para não agredir suas cordas vocais com a força da grande quantidade de ar que passa por elas.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O canto lírico

O canto lírico


Está ficando cada vez mais comum encontrar em fóruns e mesmo entre pessoas que eu conheço uma confusão entre “canto lírico” e a maneira de cantar utilizada pelas vocalistas de algumas bandas de heavy metal como Nightwish, Epica etc. Não estou querendo dizer com isso que uma coisa é melhor do que a outra, mas existem diferenças e pretendo falar um pouco sobre elas aqui!
Definições são sempre complicadas de fazer e passíveis de questionamentos. É muito díficil reduzir vários conceitos em uma simples definição, mas podemos tentar.Como definir então “canto lírico”? O “canto lírico” é um conjunto de técnicas vocais e respiratórias que são estudadas juntamente com tópicos de anatomia, teoria musical e percepção. Esses conhecimentos são aplicados em um repertório erudito que também exige estudo de interpretação e de diversas linguas. Esse repertório erudito não está restrito as óperas, como muita gente também pensa, existem diversas “escolas” e estilos de canto lírico.


Vamos falar um pouco agora sobre as vocalistas de bandas de heavy metal como Nightwish, Epica etc. Geralmente são pessoas que estudam alguma técnica vocal e tem a voz empostada, levam algumas influências da música erudita para seu repertório, mas isso não quer dizer que são cantoras líricas.A questão de projeção e volume nessas cantoras é bem menos trabalhada pois elas tem o suporte do microfone, que é raramente utilizado no meio erudito.A própria Tarja em uma entrevista esclarece algumas dessas questões, ela estudou canto lírico, mas diz que o que fazia no Nightwish era diferente, ela usava algumas técnicas e conhecimentos do canto lírico e adaptava a realidade e ao estilo do heavy metal.
Eu também, de uma maneira diferente da Tarja (kkkkkk), participo dessas duas realidades e posso dividir um pouco da minha experiência. Estudo canto lírico a 5 anos e tenho uma banda de heavy metal. Com certeza eu aplico algumas coisas que eu aprendo nas aulas de canto na minha banda, mas de uma maneira diferente, uso vários conceitos básicos da técnica vocal que estudo da maneira que minha voz fique “colocada”, empostada e que não sofra danos com o decorrer do tempo. Aplico esses conhecimentos ao estilo do heavy metal , pois não tem como eu cantar na banda do mesmo jeito que cantaria a ária de uma ópera por exemplo. A música erudita, no geral, exige mais de mim principalmente no que diz respeito a esforço físico, respiração e potência vocal, também exige uma colocação vocal muito diferente.

A voz

A voz

TÉCNICA VOCAL, CANTO, SAÚDE VOCAL


"A voz é um código de expressão da alma, pois revela nossas impressões mais profundas através de seu timbre, seu volume, sua forma de emissão, enfim. Quando trabalhamos com a voz de alguém, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua filosofia de vida e toda a sua cosmovisão
Esta página está sendo montada a partir dos questionamentos das Emails recebidos da página de Auto ajuda da qual faço parte como consultor. Agradeço o interesse e a ajuda de todos os que me enviaram seus questionamentos. Caso você tenha alguma sugestão a fazer será bem vinda.

Um dos comentários mais comuns que nós cantores ouvimos é: "como você descobriu que tinha esta voz?" Isso faz parte do mito e de uma visão romântica e idealizada do processo de preparação do músico e mais ainda do cantor. Para a maioria das pessoas o canto é visto como um dom, não percebendo à primeira vista todo o trabalho técnico que está por trás da boa atuação de um cantor. Talvez porque o instrumento do cantor possua características incomparáveis à outros intrumentos: a própria pessoa é o instrumento. Outra característica peculiar deste instrumento é a extrema individualidade da qual faz parte: não existe uma voz exatamente igual à outra. Mas o certo é que, um bom cantor, passa por um processo de aprendizado técnico, de estudo diário e manutenção de sua voz assim como em qualquer outra atividade profissional.
INTRODUÇAO


A saúde vocal


Todo ser humano saudável nasce com a capacidade para produzir sons e cantar. Antes, porém, da utilização do aparelho vocal como instrumento específico do canto, este já havia sido e continua sendo, ao longo da vida do cantor, parte de outras funções, por ser inseparável do corpo.
No canto, não existe separação entre a voz-instrumento e o cantor-instrumentista. O próprio cantor é o instrumento e todos os fatores que englobam a pessoa concorrem também para a definição das características e particularidades do instrumento e interferem, direta ou indiretamente, no processo do aprendizado do canto. Por isso, torna-se quase impossível fazer uma observação desse instrumento de forma separada e, assim, estabelecer uma relação definida entre sujeito e objeto em termos de estudo.
Até mesmo no processo de conservação esta diferença se evidencia. Se compararmos a voz a outro instrumento, não teremos a possibilidade de reposição de cordas, ou mesmo a troca por outro instrumento mais conservado, como acontece no caso do violino.
Pode-se dizer que o instrumento do cantor engloba a pessoa de forma total. E não existe uma só pessoa que seja igual à outra em todos os seus aspectos.
O instrumento do cantor carrega em si características muito subjetivas e particulares. Mesmo ao se tratar de vozes com igual classificação, em termos de extensão, por exemplo, como os sopranos, teremos os mais variados tipos: líricos, dramáticos, espinto, etc. Particularizando ainda mais, se observarmos dois sopranos com a mesma classificação, ainda assim, suas vozes terão características que as tornam únicas. Isso quando às suas características fisiológicas, sem contar com o aspecto psicológico do aprendizado, que está ligado à forma como ele aprendeu a usar seu instrumento, inclusive através da fala.
Para conhecer e dominar a voz, faz-se necessário o estudo de uma técnica vocal bem orientada. Existem várias técnicas e métodos de canto. Cada técnica tem fundamentada sua concepção particular com relação aos vários aspectos do canto. Sejam eles respiração, emissão, ressonância, articulação, etc.
É importante observar que cada técnica produz um resultado diferente. Tal diferença se faz presente não somente quando, num mesmo aparelho vocal, aplicam-se técnicas distintas, visto que, como já foi apontado, o aparelho vocal é algo bastante particular e individual, podendo adotar uma infinidade de comportamentos ou condutas fonatórias.
Além disso, mesmo que não se tenha consciência, a escolha por uma determinada técnica, e os procedimentos que o professor adota com relação aos seus alunos revelam, explicita ou implicitamente, uma postura de ensino.
É muito comum, no Brasil, ouvirmos comentários a respeito das diferentes técnicas e métodos adotadas por professores de canto, questionando uma técnica e a adaptação dos alunos às mesmas. Mas, geralmente, o levantamento dessas questões não apresenta embasamento suficiente para que o assunto possa ser abordado com profundidade.
Muito se ouve da insatisfação de alunos de canto quanto aos professores e verifica-se que muitos deles em fase de formação acadêmica possuem outros professores fora da universidade, o que denota uma insatisfação com o ensino que recebem.
Observa-se também que a questão da competência de um professor, passa por questões complexas: um professor é tido, muitas vezes, como bom profissional por uns, e ruim por outros. Assim como, por parte dos professores, um aluno pode ser avaliado como talentoso ou não. A questão da validade de uma técnica ideal também é outro assunto muito comentado pela classe dos cantores.
Dada a observação dessas e outras questões e da insatisfação dos alunos é que se sentiu a necessidade de respostas relativas ao ensino-aprendizado do canto no Brasil.
Em princípio, a idéia deste trabalho seria a de alertar sobre a importância do conhecimento dos procedimentos pedagógicos por parte do professor de canto, de forma que o mesmo pudesse transmitir mais efetivamente seus conhecimentos. Vimos então que não havia material que pudesse esclarecer-nos quanto à formação das características deste quadro do ensino de canto no Brasil e que isso seria importante para compreendermos nosso processo pedagógico atual.
Decidimos, então, fazer uma revisão de todo material sobre o canto publicado no Brasil, desde o início do século, sob o ponto de vista da pedagogia, e a partir daí, analisar como se dá a formação do profissional do canto e o que as universidades brasileiras oferecem ao profissional que queira dedicar-se ao magistério de canto.
O enfoque na pedagogia e na defesa de uma formação pedagógica para o ensino do canto justifica-se a partir de duas premissas. Em primeiro lugar devido às características do canto lírico no Brasil, o magistério torna-se uma opção no campo de trabalho desse profissional, o que foi comprovado através de recente pesquisa feita por Saulo Couto, em segundo lugar, apesar dessa confirmação, há uma falta de opção à formação pedagógica nos cursos oferecidos ao profissional cantor em nosso país, que queira dedicar-se ao magistério.
Os objetivos principais dessa pesquisa são: 1) caracterizar o ensino de canto no Brasil neste século, a partir de uma análise da bibliografia publicada sobre o assunto, desde o início do século, até os dias de hoje; 2) caracterizar e analisar os conteúdos dos cursos de bacharelado em canto das universidades brasileiras, sob o ponto de vista da pedagogia, propondo diretrizes para uma revisão do conteúdo dos cursos de graduação, no que diz respeito à formação pedagógica do professor de canto.
A opção pela pesquisa bibliográfica, num primeiro momento, vem como uma forma de traçar um perfil histórico da pedagogia de canto no Brasil desde o início do século, e a partir daí, compreendermos a formação e o desenvolvimento de algumas características de ensino de canto no Brasil.
Fazem-se necessárias algumas considerações à respeito dos comentários críticos das informações obtidas através da leitura da bibliografia. Cabe lembrar que, na revisão bibliográfica, não enfatizaremos alguma técnica em particular e nem tampouco analisamos a veracidade das informações a respeito dos procedimentos técnicos adotados pelos autores. Somente, faremos uma análise dos conteúdos apresentados, de forma a delinear o desenvolvimento da formação do ensino de canto no Brasil sob o ponto de vista dessa bibliografia.
No segundo capítulo, apresentamos as características do ensino do canto nas universidades brasileiras, no seu aspecto pedagógico. No terceiro capítulo, fazemos uma análise dos currículos dos cursos de bacharelado, quanto à sua proposta curricular e quanto às disciplinas aplicadas ao ensino.
A partir desses dados, lançamos, no último capítulo, algumas propostas aos currículos de canto, privilegiando o relacionamento e a comunicação professor-aluno.
No que se refere ao aspecto pedagógico do ensino, utilizamos uma bibliografia na qual pudéssemos enfocar os aspectos e características particulares do ensino-aprendizagem do canto.

Constata-se que, apesar da importância do assunto tratado nesta pesquisa, o mesmo ainda não foi muito abordado. Portanto, observou-se, no decorrer da pesquisa, falta de material, no qual pudéssemos embasá-la. Foi necessário lançar mão de material que, mesmo não estando diretamente ligado ao assunto, pudesse de certa forma nos servir como referência.

Esperamos que este trabalho possa abrir espaço para o questionamento da importância na formação pedagógica do cantor lírico profissional. Principalmente no Brasil, onde ainda há grande dificuldade na aceitação quanto ao profissionalismo nas artes, em geral, não havendo uma clareza da importante função social que este profissional exerce.

Aparelho Fonador



O ser humano não possui nenhum aparelho destinado exclusivamente à produção do som. A laringe aparece na escala animal quando é necessário proteger o aparelho respiratório contra a entrada de sólidos ou líquidos que pudessem causar asfixia.

A produção do som envolve vários orgãos que conjuntamente fazem, como resultado, soar nossa voz. São eles: aparelho respiratório, a laringe, as cavidades de ressonância e os articuladores.

Produção do som:

O ar inpirado passa pelas cordas vocais em posição aberta, enchendo os pulmões. Na expiração é que ocorre a fonação. O ar é aspirado pelos pulmões passa pelas cordas vocais em posição fechada .

As cavidades de ressonância têm um papel fundamental na produção do som, pois nelas é que ocorrem as modificações do som fundamental produzido na laringe. Comparando a um instrumento, poderíamos dizer que as cavidades de ressonância da voz funcionam como a caixa de um violão. Nada adiantaria vibrar-mos as cordas de um instrumento isoladamente, pois produziria um som "pobre".
OBS: O nome correto para "cordas vocais" é "pregas vocais", pois não se tratam de cordas, mas sim de pregas musculares. Veja:
Postura

Uma boa postura é fundamental para uma boa produção vocal. O que consiste ter boa postura? Bem, cuidar da postura é fazer com que a sustentação e o equilíbrio do nosso corpo esteja de acordo com as leis da gravidade.
É importante observar-mos que os desequilíbrios posturais variam de pessoa para pessoa. Algumas possuem um exagero postural, mantendo-se com os ombros extremamente abertos, o peito empinado para frente e a cabeça muito erguida, tensionando o pescoço. Se olharmos essas pessoas de lado possuem uma lordose nas costas como se fossem envergar para trás. Essas pessoas tendem a respirar mais na parte alta do pulmão.
Já outras pessoas possuem desequilíbrio inverso. Ombros muito caídos, peito fechado, como se fossem envergar para frente.
Ambas as posturas são incorretas. Devemos procurar manter um equilíbrio de forma a sentir "o peso do nosso corpo entre os dois pés, observando em seguida um encaixe perfeito da cintura pélvica ( quadril), em equilíbrio com a cintura escapular ( ombro) e mantendo um ângulo de 90% para o queixo, podemos aproximar-nos de uma figura em equilíbrio." " os ombros devem estar relaxados, a cabeça reta, a fisionomia natural sem rigidez nem contração, a boca moderadamente aberta, os lábios apoiados diante dos dentes. A mandíbula não deve estra rígida. Todo o instrumento vocal deve dar a sensação de flexibilidade muscular. Não deve haver nenhuma contração dos musculos vocais no torax, colo, laringe, garganta e boca. A ressonância correta e plena da voz se produzirá com a diminuição e equilíbrio dos esforços musculares. O corpo deve estar ereto mas sem rigidez, com a sensação de calma. Deve-se evitar o movimento do corpo, buscando apoio em ambas as pernas alternadamente. Evitar o movimento nervoso das maõs e dos dedos, assim como os gestos exagerados ou muito forçados.
A atitude normal do rosto deve ser sorridente. O sorriso, por um efeito reflexo, permite uma ampliação das cavidades de ressonância. Para isso pode ser útil fazer os vocalises diante de um espelho para observar e controlar as tensões desnecessárias."
Atitude básica para o eqilíbrio do corpo:

A atitude básica para o equilíbrio do corpo e, consequentemente, para a emissão da voz, é a seguinte:
Pés: Confortavelmente. O peso do corpo deverá estar igualmente distribuído pela borda externa dos pés pelo metatarso.

Músculos: Relaxados.

Cintura pélvica:
Suspensa sobre o diafrágma psra manter a energia do som.

Cabeça: Ereta. Bem equilibrada na cintura escapular.

Cintura escapular: Deve permanecer descontraída.

Linha da cabeça: A cabeça deve manter uma linha de como se estivesse suspensa por um "fio de cabelo" na parte do redemoinho, isto é, no centro, como se fosse a continuação das vértebras cervicais.

Segundo esta autora, após a adoção dessa atitude básica, quando sentir que está equilibrado, experimente mudar o alinhamento para fazer com que o corpo mude a linha de gravidade, para frente, para trás, para o lado e circularmente.
Respiração

Para uma boa realização no canto e na fala é preciso ter controle da respiração. A respiração e a postura estão intimamente interligados. Para realizar uma respiração correta é preciso estar numa Pistura adequada. A respiração é uma função vital que, no canto, aprendemos a controlá-la.
A grande maioria das pessoas atualmente respira mal:

" Hoje, principalmente nas grandes cidades, somos obrigados, já na idade de seis anos, a ficar horas sentados no colégio, freqüentemente em salas super-ocupadas e abafadas. Mais tarde, continuando os estudos, exercendo uma profissão, a nossa vida não muda muito. Desta maneira, não tendo uma compensação, os nossos pulmões vão deixando de inspirar profundamente, e o movimento diafragmático é quase nulo, assim é que usamos mais a respiração toráxica e clavicular."


O principal músculo da respiração é o diagrágma, situado na base do pulmão: quando inspiramos o diafrágma é estendido e quando expiramos ele sobe. A respiração, sempre que possível de ve ser nasal, pois assim o ar é filtrado e aquecido pelas narinas.

A respiração usada para o canto recebe às vezes nomes diferentes, dependendo do autor. Alguns a chamam costo-diafragmática, outros abdominal-intercostal. O fato é que devemos encher desde a base do pulmão, suas laterais até às costas, sem levantar os ombros. " Quando se pede aos alunos, no início das aulas de fala ou de canto, para inspirarem profundamente, 80% inspiram com uma elevação forçada das costelas e das clavículas, mantendo os músculos abdominais contraídos, erguendo os ombros, ficando vermelhos no rosto e pescoço... Esta respiração forçada tem conseqüencias desastrosas, em primeiro lugar para a voz. A laringe fica sob alta pressão, e pior ainda se a pessoa não articula bem, trancando os maxilares. Assim, a pressão é dupla e as nossas cordas vocais não podem vibrar livremente."

Não se pode ser um bom cantor sem possuir um perfeito controle de sua respiração. A boa respiração é um dos grandes "segredos" da arte do canto.
Na inspiração, que deverá ser sempre nasal, se procura dilatar em todas as direções as costelas inferiores. Ao mesmo tempo, as paredes do abdomen se enchem de ar. Pode se controlar o movimento colocando uma mão no abdomen e outra nas costelas. É importante que a clavícula e os ombros não se movam. Utilizar o espelho é útil para vigiar e impedir movimentos desnecessários de tensão. Deve-se exercitar a inspiração nasal ainda que seja de boca aberta. Deve-se também praticar a inspiração rápida, quer dizer, inspirar a maior quantidade de ar em menor tempo possível, após ter dominado esses movimentos corretamente.
Apoio Vocal
Paro o cantor é necessário saber administrar a entrada e a saída do ar que respira. A esse controle dá-se o nome de apoio. " Apoio, portanto, é o controle elástico e conciente da força retrátil passiva e espontãnea do movimento de elevação do diafrágma ao promover a expiração, e é conseguido pelo domínio de seus antagônicos- os músculos abdominais e intercostais - com a finalidade de manter o equilíbrio da coluna de ar e aplicá-la à fonação.

Exercícios Respiração:

Exercício para percepção da inspiração involuntária:

Muitas pessoas fazer muito barulho ou forçam a inspiração numa tentativa de encher mais o pulmão de ar. Muitas vezes a musculatura está muito tensa e impede uma livre circulação de ar. Solte todo o ar murchando a barriga. Fique alguns instantes sem ar. Relaxe a musculatura deixando então o ar entrar, mas sem forçar sua entrada. Faça isso algumas vezes e você vai perceber que não há necessidade de fazer esforço para que o ar entre. Ele entrará sozinho, pois a entrada do ar é algo que acontece naturalmente quando sentimos necessidade de inspirar. Esse exercício serve também para exercitarmos a elasticidade da musculatura abdominal para dentro e para fora.
Exercício para a ativação e expansão da musculatura diafragmática e intercostal.
Inspirar enchendo primeiramente a região abdominal e depois as costelas, lateralmente. Expirar primeiramente o ar do abdomen e depois na parte lateral das costelas. Fazer isso num movimento contínuo: Inspiração: parte baixa depois lateral; expiração: parte baixa e lateral.
Exercício para treinar a saída do ar com controle ( apoio)
Precisamos, no canto, dominar o tempo da entrada e da saída do ar. Precisamos dosar a saída do ar conforme o tamanho de uma frase musical e a inspiração também deve estar de acordo com o tempo hábil para fazê-lo entre uma frase e outra.
Inspirar abrindo as costelas e na expiração soltar o ar firmando o abdomen tentando não fechar as costelas. À medida em que o ar vai acabando, aumentar a pressão da musculatura abdominal. ( esse exercício pode ser feito contando o tempo da saída do ar para ir aos poucos dominando maior tempo na saída. Ex: soltar o ar em dez tempos depois em quinze, vinte, etc). Podemos também acrescentar a este exercício o controle do tempo da entrada do ar, que muitas vezes deve ser rápda, dependendo da frase musical. Então, além de contar a entrada do ar, fazemos uma contagem para a inspiração e vamos a cada vez diminuindo o tempo para a inspiração.
Exercício para treinar a pressão da saída do ar.
Quando temos uma nota mais aguda de repente, ou precisamos fazer um som com uma intensidade mais forte, precisamos utilizar mais o apoio respiratório para não sobrecarregar as cordas vocais. Tomando como base o exercício anterior, vamos, na saída do ar, fazendo movimento abdominais com pressão alternada. Na saída do ar com um "sssss" prolongado, vamos fazer ora uma pressão no abdomen e ora diminuindo essa pressão. Isso num mesmo sopro, sem interrupção. Você vai observar que quando aumenta a pressão do abdomen aumenta a pressão do ar. Não esqueça de manter as costelas abertas.
Exercício para treinar a abertura das costelas:
Uma das formas para sentir a abertura lateral das costelas no canto é da seguinte maneira: Vá inspirando lentamente e ao mesmo tempo levantando os braços na lateral até que ele chegue à altura dos ombros. Mantenha alguns segundos a inspiração e observe que suas costelas estarão mais abertas na lateral. Solte o ar e tente manter as costelas abertas. Faça uma vez a expiração com os braços ainda na lateral e depois tente fazê-la soltando os braços mas mantendo as costelas abertas.

OBS: Cuidado para não tensionar os ombros enquanto faz o exercício e também cuidado para não direcionar o ar para a parte alta do pulmão.
Outro exercícios para sentir a abertura das costelas, mas na sua região costal faça o seguinte: sente na ponta de uma cadeira, deixe seu corpo cair todo para frente, inclusive sua cabeça. Inspire nesta posição e vai perceber que o ar se direciona para a lateral e para as costas.
Exercício para treinar a respiração na parte baixa do abdomen:
Muitas pessoas quando tentam fazer a respiração intercostal a fazem de forma muito "alta", ou seja, utilizando pouco os músculos abdominais. Existem diversas técnica de respiração. Acredito que deve-se inspirar desde a base do abdmem abrindo em seguida as costelas. Em alguns momento ou para algumas pessoas torna-se dificíl fazer a rspiração mais baixa, principalmente para indivíduos com tendência a ansiedade e vida muito agitada. Aprendi através da yoga e outras técnicas corporais, que quando a respiração " não desce" e mantem muito no torax, a melhor maneira de fazê-la "abaixar" é através da contração e relaxamento dos músculos glúteos. Experimente expirar o ar lentamente e, ao mesmo tempo, fazer uma contração anal. Quando se encontrar sem ar relaxe o abdomem e vai perceber como a respiração se torna plena. Repita o exercício algumas vezes.

Relaxamento

"Na luta que travamos no dia-a-dia para sobreviver numa cidade, desenvolvemos tensões musculares as mais variadas e em regiões muito específicas, fortalecidas pela constante repetição de uso. Essas tensões em muito podem afetar o desempenho vocal." ... " Um indivíduo tenso está muito próximo dos problemas da voz e da fala. As tensões musculares são responsáveis por dificuldades respiratórias, articulatórias e demais envolvimentos da produção da voz e da fala"..."A enegria psiquica flui melhor por um corpo relaxado. As tensões funcionam como impedimento da passagem energética

Respiração e postura e relaxamento estão interligados. Uma pessoa com uma má postura, provavelmente terá dificulade para respirar corretamente e é bem provável que possua tensões em algumas áreas do corpo. Ou seja, qualquer um desses aspéctos pode afetar o outro direta ou indiretamente.
O instrumento do cantor, seu Aparelho Fonador, não age isoladamente de outras partes de seu corpo. Muitas vezes, quando temos dificuldade em emitir algum som, pensamos somente na região da garganta como responsável. Mas o certo é que o funcionamento de todo nosso corpo interfere na produção vocal e consequentemente em nossa Saúde vocal.
Cada um de nós tem a tendência a desenvolver tensões em àreas diferentes. Isso vai depender de como aprendemos a lidar com nosso corpo durante a vida. O importante é eliminar através do auto-conhecimento de nosso corpo, todo e qualquer esforço desnecessário à produção vocal. Desenvolver um trabalho corporal regularmente pode ser muito benéfico.
Existem muitas técnicas corporais que beneficiam ao canto. Ou até mesmo qualquer atividade física que proporcione um bem estar, aliviando as tensões diárias pode ser benéfico.
As áreas de tensão mais importantes a serem observadas no cantor são: os ombros, a nuca, o pescoço e o maxilar. Para um trabalho diário de relaxamento, antes de começar os estudos vocais ( vocalises), ou antes de uma apresentação, seria interessante criar uma sequência, conforme as necessidades ( com o tempo você vai perceber aonde se localiza sua maior área de tensão).

Alguns exercícios:

1) Relaxamento dos ombros:

sentado ou em pé ( observar a Postura correta), inspirar levantando os ombros para cima o mais que puder. Soltar o ar deixando os ombros caírem. Fazer isso como num suspiro de alívio, deixando toda tensão sair quando soltar o ar. Pode-se soltar o ar com um "AAAHHH!!!" bem sonoro. repetir o exercício algumas vezes.

2) Relaxamento dos ombros: girar os ombros lentamente para frente numa rotação completa, como se estivesse desenhando um círculo. fazer o mesmo para trás. Não se esqueça de manter a respiração, pois há uma tendência de prendermos a respiração quando sentimos alguma tensão ou dor. Faça o contrário. respire bastante pois isso vai ajudar a "deixar a tensão sair".

3) Relaxamento do pescoço: - Movimentar a cabeça em todas as direções. Primeiro para frente depois para trás. - Movimentar a cabeça para um lado e depois para o outro. - Por fim, fazer uma rotação completa com a cabeça, deixando-a bem relaxada como se fosse uma "bola solta", girando-a para um lado e para o outro. Observe se se seu maxilar está relaxado. O ideal é manter a mandíbula entreaberta e a língua enconstada nos dentes inferiores.

OBS: Crie sua sequência de relaxamento, mas é importante manter por um tempo a mesma sequência para que se possa comparar seu estado de progresso. O cantor precisa "saber" como está seu corpo na hora em que for cantar e a eliminar tensões desnecessárias. Isso se consegue á medida em que aprendemos a lidar com nosso corpo, adiquirindo maior consciência corporal.

Saúde e Higiene Vocal

Desde o início do século já existia uma preocupação com a Saúde e Higiene da Voz. O primeiro livro onde encontramos ouvir falar deste assunto no Brasil foi "Higiene na Arte, Estudo da Voz no Canto e na Oratória", escrito pelo médico , Francisco Eiras, datado de 1901.

O Que é Higiene Vocal?

Mara Behlau, em seu livro Higiene Vocal define o termo como sendo " algumas normas básicas que auxiliam a preservar a saúde vocal e a prevenir o aparecimento de alterações e doenças".

A quem é dirigido este assunto?

Mara Behlau alerta em seu livro que "as normas de Higiene Vocal devem ser seguidas por todos, particularmente por aqueles que se utilizam mais da voz ou que apresentam tendência a alterações vocais". Esses são chamados os profissionais da voz. Silvia Rebelo Pinho em seu livro " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz" explica que os "professores, atores, cantores, locutores, advogados, telefonistas, entre outros, são considerados profissionais da voz. Entretanto, muitas das atividades verbais utilizadas por eles são incompatíveis com a Saúde Vocal, podendo danificar os delicados tecidos da laringe e produzir um distúrbio vocal decorrente do abuso ou mal uso da voz." É alarmante o fato de quase não haver, nas universidades, uma preocupação em preparar estes profissionais para lidar com a voz no seu dia à dia, já que ela é parte fundamental como instrumento de trabalho.

Quais as consequências dos abusos vocais?

"Dentre as alterações orgânicas mais freqüentemente observadas nestes profissionais, encontramos os nódulos vocais ( nodulações semelhantes a calos) e edemas ( inchaço das pregas vocais)" ( Silvia Rebelo Pinho, " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz")

Quem pode tratar dos problemas da voz?

O médico otorrinolaringologista é quem pode diagnosticar possíveis problemas no aparelho fonador. A partir de seu diagnóstico se necessário, o fonoaudiólogo, que trabalha juntamente com o otorrinolaringologista, fará a correção de possíveis problemas através de exercícios.

Algumas formas de abuso vocal:

Gritar sem suporte respiratório;
Falar com golpes de glote;
Tossir ou pigarrear excessivamente;
Falar em ambientes ruidosos ou abertos;
Utilizar tom grave ou agudo demais;
Falar excessivamente durante quadros gripais ou crises alérgicas;
Praticar exercícios fpisicos falando;
Fumar ou falar muito em ambientes de fumantes;
Utilizar álcool em exesso;
Falar abusivamente em período pré-menstrual;
Falar demasiadamente;
Rir alto;
Falar muito após ingerir grandes quantidades de aspirinas, calmantes ou diuréticos;
Discutir com freqüencia;
Cantar inadequada ou abusivamente ou, ainda, participar de corais e cantar em vários estilos musicais;
Presença de refluxo gastroesofágico, altamente irritante às pregas vocais ( o refluxo gastroesofágico é decorrente de disfunções estomacais, responsáveis pela liberação de ácido péptico, que em algumas situações pode banhar as pregas vocais, agredindo-as).

Isso é para todos?

"A voz deve ser sempre pensada em relação à saúde geral do paciente, em relação ao seu corpo todo, ao seu estado de saúde geral. ,todo o sistema corporal afeta a voz; Saulo Couto afirma que todo o corpo colabora na produção da voz; refere se que as condições ideais para uma boa produção vocal adequada correspondem a um estado de saúde geral dentro das melhores condições possíveis. Portanto, deve-se pensar não apenas nos aspectos que prejudicam as pregas vocais, mas sim no trato vocal integrado na saúde geral de cada paciente. Desta forma, podemos pensar que, apesar de as orientações serem gerais, as necessidades, assimilações e repercussões são absolutamente singulares. Por exemplo: o gelado, geralmente, prejudica a voz, mas a quantidade e a forma deste prejuíso se manifestam diferentemente em cada pessoa, dependendo do momento e da maneira em que este abuso foi cometido. As reações do corpo humano são únicas e dependem de cada indivíduo em cada momento."
As Regras de Ouro da Boa Voz de Um Cantor

1 - Nunca cante quando não estiver em boas condições de saúde; cantar é um ato de esforço e de enorme gasto energético. Manter a saúde auxilia a produção da voz, quer seja cantada ou falada. São raros os indivíduos doentes que mantém boa emissão vocal.

2 - Use roupas confortáveis, não apertadas, principalmente na garganta, no peito, na cintura ou no abdômen.

3 - Mantenha-se sempre hidratado, bebendo, pelo menos, dois litros de água por dia; suas pregas vocais estarão em ótima condição de vibração quando sua urina estiver transparente.

4 - Aqueça e desaqueça a voz antes e depois da apresentação, respectivamente. Aqueça a voz através de exercícios de flexibilidade muscular, antes de usá-la para o canto; vocalise com variação de tons, começando pelos médios e depois indo em direção aos extremos da tessitura vocal. Após o término das apresentações ou ensaio, desaqueça a voz através de exercícios para retornar à sua voz falada natural; use bocejos, fala mais grave e mais baixo, para não ficar usando o esquema vocal cantado além do tempo do canto. Um cantor que fala do mesmo jeito que canta submete seu aparelho vocal a um desgaste muito maior.

5 - Ensaie o suficiente para ficar seguro quanto ao texto, melodia e controle de voz; assim fazendo, você vai reduzir a interferência de aspectos emocionais negativos, como o medo e ansiedade ante o público. Não ensaie por mais de uma hora sem descanço.

6 - Monitore sua voz durante os ensaios e apresentaçãoes: aprenda a ouvir sua qualidade vocal e a reconhecer suas sensações de esforço vocal e tensões desnecessárias, a fim de evitá-las.

7 - Lembre-se de que um certo nervosismo mobiliza positivamente a energia para uma apresentação mais rica e envolvente; a adrenalina é positiva e confere emoção ao canto. Além disso, o público espera o sucesso do cantor, confie nesta química!

8 - Evite as festas ruidosas, lugares enfumaçados e barulhento, tanto antes como depois das apresentações. Antes das apresentações, os abusos em questão podem limitar seu resultado vocal; após as apresentações seu aparelho fonador foi intensivamente solicitado e está mais sensível para responder a tais agressões.

9 - Mantenha uma dieta balanceada, pois o canto é uma função especial e requer grande porte energético. Evite o excesso de gordura e alimentos condimentados, o que lentifica o processo digestivo, limita a excursão respiratória e reduz a energia disponível para o canto. Além disso, se voltar muito tarde para casa e ainda não tiver se alimentado, ingira apenas alimentos leves e de fácil digestão, para evitar o refluxo gastroesofágico.

10 - Nunca se auto-medique; não tome remédios sugeridos por leigos, nem chás e infusões de efeito desconhecido ( geralmente irritantes, ressecantes e estimulantes de refluxo gastroesofágico). Também não repita receitas médicas utilizadas nema certa ocasião, mesmo que tenham dado resultado positivo. Procure ajuda especializada quando necessário.
Questionário para identificação de possíveis problemas de voz

Você acha que sua voz é rouca?
Alguém já comentou que sua voz é rouca?
Você fica rouco por mais de dois dias?
Sua voz fica rouca após os ensaios?
Você tem ou já teve algum problema de voz?
Sua voz piorou depois que você entrou no coral?
Ultimamente você tem demorado mais tempo para aquecer sua voz?
No dia seguinte a um ensaio ou a uma apresentação você fica sem voz ou com a voz rouca?
Durante o canto sua voz quebra ou some?
Você desafina ou perde o controle da emissão?
Você sente dificuldade no pianíssimo?
Você sente dificuldade no fortíssimo?
Você sente que sua voz é fraca demais para o coral?
Você sente que sua voz é forte para o coral?
Você tem dificuldade para atingir as notas agudas?
Você tem dificuldade para cantar as notas graves?
Quando você canta sai "ar" na voz?
Você tem algum desses sintomas na laringe: coceira, ardor, dor, sensação de garganta seca, sensação de queimação, sensação de aperto ou bola na garganta?
Falta ar para você terminar as frases musicais?
Ao final do dia sua voz está mais fraca?
Você canta em diversos naipes?
Você mudou de naipe recentemente?
Você procura cantar mais forte que os demais componentes do coral?
Você simplesmente articula, sem voz, certos trechos da música que não consegue cantar?
Quando você canta suas veias ou músculos do pescoço saltam?
Você sente dores na região do pescoço saltam?
Você sente dores de cabeça após o canto?
Você consegue controlar sua emissão cantada no coral, ou não se ouve e segue a voz do grupo?
Seu coral costuma interpretar diversos estilos musicais?
Além do coral, você canta em outras situações?
Você canta durante muita horas seguidas?
Você pigarreia constantemente?
Você tem alergia das vias respiratórias?
Você tem resfriados freqüentes ?
Você tem amigdalites, laringites ou faringites freqüentes?
Você tem dificuldades digestivas, azia ou refluxo gastro- esofágico?
Você fuma?
Você se auot-medica quando tem problemas de voz?
Além da atividade do coral, você usa a voz de modo intensivo em outras situações?

Observação:

Se você marcou mais do que 4 itens, fique atento(o) e veja o que pode ser feito para modificar esses aspectos e se tais modificações surtem efeito positivo. Se você assinalou acima de 6 itens, procure um especialista, sua saúde vocal pode estar correndo um sério risco.

Foto das cordas vocais em movimento

Cordas vocais em movimento


Cordas vocais

Sequência Para Estudo Vocal

Relaxamento

Postura

Respiração


Vocalises - Músicas

É importante alertar que todo estudo vocal deve ser acompanhado de um orientador: o professor de técnica vocal. Principalmente no início, pois é difícil num instrumento tão peculiar e interno, distinguirmos o certo do errado. Quando se trata de voz, todo cuidado é pouco. É muito fácil adquirirmos maus hábitos vocais e para "consertá-los" muitas vezes se "paga" muito caro. O abuso vocal constante, seja pelo excesso ou mal uso pode acarretar em problemas como: rouquidão, edema, nódulo, ou até mesmo calo nas cordas vocais. Portanto, todo cuidado é pouco!
Como sequência para um estudo diário a sugestão é que se faça na seguinte ordem:

1) Relaxamento e Pistura 2) Respiração 3) Vocalises ( exercícios vocais) 4) Repertório
Preparar o corpo para o canto é muito importante.
Seja para o estudo vocal, ou antes de uma apresentação. É preciso observar e diferenciar o aquecimento vocal do estudo diário. No aquecimento vocal, que se faz por exemplo nos corais antes de uma apresentação, a preocupação maior é de preparar o aparelho, aquecendo sua musculatura para realização do trabalho vocal. Já o estudo de canto é uma pesquisa. Um aprendizado que se faz através do conhecimento do funcionamento correto de seu aparelho fonador, aliado à uma técnica vocal. Portanto deve ser feito com consciência, muito critério e cuidado. O tempo de estudo não deve se exceder ao cansaço. É muito mais produtivo, principalmente no início, fazermos poucos minutos de exercícios, algumas vezes por dia, ao invés de estudarmos horas seguidas. A resistência da musculatura vocal vem com o tempo e à medida em que exercitarmos corretamente nosso aparelho vocal. Alguns cantores têm a tendência a forçar a voz por exemplo, em exercícios no agudo, para "acostumar" seu aparelho a emitir esses sons. Isso muitas vezes é feito pela força, causando danos graves futuros. No canto nada deve ser feito através da força e se isso acontece é porque estamos fazendo algo errado, por falta de uma respiração correta, etc. A técnica é exatamente para não forçarmos nossa voz.
Os exercícios de respiração devem ser feitos todos os dias. Assim como um atleta treina seus músculos, o cantor precisa fazê-lo de forma a manter sua musculatura abdominal e intercostal sempre preparada para o apoio vocal, deixando assim de sobregarregar os músculos da laringe. Só então deve partir para os exercícios vocais propriamente ditos. Os chamados vocalises. Se você fizer uma boa base de relaxamento e respiração antes de cantar, vai perceber o quanto isso já é um grande auxiliar na boa emissão da voz