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domingo, 9 de setembro de 2012

Questionário para identificação de possíveis problemas de voz

Questionário para identificação de possíveis problemas de voz

  1. Você acha que sua voz é rouca?
  2. Alguém já comentou que sua voz é rouca?
  3. Você fica rouco por mais de dois dias?
  4. Sua voz fica rouca após os ensaios?
  5. Você tem ou já teve algum problema de voz?
  6. Sua voz piorou depois que você entrou no coral?
  7. Ultimamente você tem demorado mais tempo para aquecer sua voz?
  8. No dia seguinte a um ensaio ou a uma apresentação você fica sem voz ou com a voz rouca?
  9. Durante o canto sua voz quebra ou some?
  10. Você desafina ou perde o controle da emissão?
  11. Você sente dificuldade no pianíssimo?
  12. Você sente dificuldade no fortíssimo?
  13. Você sente que sua voz é fraca demais para o coral?
  14. Você sente que sua voz é forte para o coral?
  15. Você tem dificuldade para atingir as notas agudas?
  16. Você tem dificuldade para cantar as notas graves?
  17. Quando você canta sai "ar" na voz?
  18. Você tem algum desses sintomas na laringe: coceira, ardor, dor, sensação de garganta seca, sensação de queimação, sensação de aperto ou bola na garganta?
  19. Falta ar para você terminar as frases musicais?
  20. Ao final do dia sua voz está mais fraca?
  21. Você canta em diversos naipes?
  22. Você mudou de naipe recentemente?
  23. Você procura cantar mais forte que os demais componentes do coral?
  24. Você simplesmente articula, sem voz, certos trechos da música que não consegue cantar?
  25. Quando você canta suas veias ou músculos do pescoço saltam?
  26. Você sente dores na região do pescoço saltam?
  27. Você sente dores de cabeça após o canto?
  28. Você consegue controlar sua emissão cantada no coral, ou não se ouve e segue a voz do grupo?
  29. Seu coral costuma interpretar diversos estilos musicais?
  30. Além do coral, você canta em outras situações?
  31. Você canta durante muita horas seguidas?
  32. Você pigarreia constantemente?
  33. Você tem alergia das vias respiratórias?
  34. Você tem resfriados freqüentes ?
  35. Você tem amigdalites, laringites ou faringites freqüentes?
  36. Você tem dificuldades digestivas, azia ou refluxo gastro- esofágico?
  37. Você fuma?
  38. Você se auot-medica quando tem problemas de voz?
  39. Além da atividade do coral, você usa a voz de modo intensivo em outras situações?
Observação:
Se você marcou mais do que 4 itens, fique atento(o) e veja o que pode ser feito para modificar esses aspectos e se tais modificações surtem efeito positivo. Se você assinalou acima de 6 itens, procure um especialista, sua saúde vocal pode estar correndo um sério risco.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A Fonoaudiologia e o Canto

A Fonoaudiologia e o Canto

Atualmente a fonoaudiologia tem se voltado para estudar o profissional da voz, mais especificamente o cantor, seja ele do estilo popular ou erudito. Porem pouco se fala sobre qual o momento esse profissional deve fazer um exame apurado sobre sua condição vocal, podendo ter assim uma orientação profissional sobre o desempenho de sua voz.

Nos últimos tempos a fonoaudiologia tem reservado atenção especial ao campo denominado voz profissional, de forma que indivíduos que utilizam a voz como instrumento de trabalho estão cada vez mais próximos dos Fonoaudiólogos, mostrando que ha necessidade de uma orientação para a preparação vocal, melhorando o desempenho vocal do indivíduo, seja ele professor, radialista, repórter, ator ou cantor.
Vamos considerar neste estudo o profissional da voz falada aquele indivíduo que, para exercer sua profissão, deve depender de sua voz, sendo esta seu instrumento de trabalho. Autores diversos procuram definir o profissional da voz como " indivíduos que utilizam a voz de maneira continuada, os quais procuram, por meio de um modo de expressão elaborada, atingir um publico especifico ou determinado" (Satallof - 1991) ou como " o indivíduo que ganha seu sustento utilizando sua voz" (Boone - 1992).

Especificamente neste estudo, não nos aprofundaremos na estrutura vocal, respiratória e demais esquemas os quais complementam a atividade canto, mas sim os problemas decorrentes do canto, seu mau uso, má formação ou orientação, e como tratar estes problemas através da fonoaudiologia.
Quando um cantor, no decorrer de seu trabalho vocal percebe que há "alguma coisa errada" com a emissão de seu som, questiona-se sobre o que estaria acontecendo com sua "garganta" e o que poderia estar prejudicando seu instrumento de trabalho.
O primeiro passo a ser feito é a consulta médico-clínica, para posterior encaminhamento ao médico-fonoaudiólogo.

Do ponto de vista funcional, cantar é essencialmente diferente do falar. As evidências indicam que seu controle central está em um local diverso no cérebro e os músculos do trato vocal movimentam-se de maneira distinta. Cantar também é uma forma de comunicação, e uma forma de expressão dos sentimentos. Em geral, temos um conceito pré-concebido de que através da fala nos comunicamos melhor e pelo canto nos expressamos artisticamente, como se pudéssemos separar na vida, uma metade racional para a fala e outra emocional para o canto, quando na realidade somos as duas partes concomitantes, onde podemos e devemos nos expressar e nos comunicar ao mesmo tempo.
Todos podemos cantar e o canto tem de ser trabalhado, exercitado e aprimorado. O dom de cantar existe mas, em grande parte dos casos, as condições anatômicas e fisiológicas podem ser auxiliares importantes.
Quando o cantor procura um fonoaudiólogo , este profissional submete seu paciente às seguintes etapas:
  • Avaliação vocal do cantor;
  • Anamnese -Levantamento histórico do problema:
  • Exame físico
  • Exame de imagem
  • Tratamento proposto
  • Orientação quanto a saúde vocal
AVALIAÇÃO VOCAL DO CANTOR

Existem diferenças entre a avaliação vocal de um cantor e a de um indivíduo que utilize apenas a voz falada, mesmo que de forma profissional. No primeiro momento, as características e as queixas vocais do cantor devem ser percebidas, pelo médico e pelo fonoaudiólogo, distintamente em relação aos aspectos particulares da fala e do canto.
Embora exista um único órgão e praticamente um mesmo grupo de músculos responsáveis pelas duas funções, há vários aspectos fundamentais relacionados a produção vocal que diferem muito se compararmos a voz falada com a voz cantada. Em muitos casos o cantor precisa do auxilio do terapeuta ou médico para identificar sua queixa em relação à voz, diferenciando as características da voz falada e da cantada, separadamente. É comum o indivíduo procurar um profissional queixando-se especificamente de problemas em relação à voz cantada, como por exemplo uma passagem de escala ou, ao contrario, não ter nenhuma percepção da forma como ele utiliza a voz falada.
No momento da avaliação, é necessário distinguir qual a real queixa , o motivo da consulta, e de que modo está inserida na voz falada ou cantada. Deve-se verificar ao mesmo tempo, qual a percepção que o indivíduo possui em relação a sua voz e sua queixa vocal.
Considerando-se a avaliação inicial de qualquer pessoa disfônica ou com queixas relacionadas , deve-se obter informações , antes de tratá-lo ou ser encaminhado à fonoterapia, as quais serão efetuadas na anamnese.

ANAMNESE
A história do paciente pode ser bastante elucidativa, oferecendo condições de visualizar as alterações, dando a impressão que estivessem sendo vistas através de uma fita de videocassete, em câmera lenta. A anamnese, ou história problemática do paciente, é o momento fundamental de qualquer avaliação. É o primeiro contato do cantor (paciente) com o profissional médico(fonoaudiólogo).
No caso dos cantores, é importante que estes se sintam à vontade para colocar suas ansiedades e possam sanar algumas de suas dúvidas, lembrando que, cultural e historicamente, é difícil um cantor ter qualquer contato com em fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista.

Deve-se interrogar ou identificar alterações da audição, voz, deglutição, sensoriais (sensibilidade cervical ou faringo-laríngea), anatômicas de cabeça e pescoço, dos órgãos articulatórios da fala, dos órgãos ressonantais, da faringe e da laringe em particular, alterações funcionais e respiratórias.
A consulta otorrinolaringologia e o exame da laringe são intrinsecamente ligados e a anamnese detalhada do paciente disfônico é essencial para orientar o exame, qualquer que seja o caso, o que permite muitas vezes que a suspeita diagnóstica já se oriente nessa fase, por exemplo, pela administração de péssimos hábitos ou demonstração de enorme ansiedade por parte do paciente.

Nesses casos, obtêm-se fatores geradores por si só de alterações da voz, que também representam agravamento de outras situações e dificultam o restabelecimento do paciente, exigindo intervenção terapêutica especifica. Da mesma forma, há necessidade de se conhecer o quadro clinico geral, e as importantes e possíveis causas físicas e psicológicas que podem afetar a laringe e a voz. É fundamental a analise dos fatores específicos do aparelho fonador, paralelamente às alterações gerais tais como: diabetes mellitus, hipertensão arterial, diminuição da capacidade ventilatória pulmonar, insuficiência cardíaca, distúrbios metabólicos, endocrinos, alergicos, imunologicos, auto-imunes, neurológicos, infecciosos, inflamatórios, digestivos, entre outros; neoplasias benignas ou malignas; o uso ou abuso de drogas com álcool, cafeína, tabaco, tranqüilizantes, maconha, cocaína ou outras; uso permanente ou prolongado de medicamentos como corticóides, anticoagulantes plaquetariso, quimioterápicos, etc.; estados de ansiedade, depressão, fadiga, estresse, estafa, insônia, gravidez e sindrome pré-menstrual.

É importante conhecer o grau de autopercepção do indivíduo em relação a sua disfonia, o que faz antever a sua dedicação ao tratamento. Dificilmente alguém que não tenha consciência alguma de sua alteração vocal, sentindo-se normal, aceitará as medidas diagnósticas ou do próprio tratamento.
Igualmente significativo torna-se saber a relevância pessoal ou profissional que possa ter a disfonia. Temos dois casos distintos: o professor que se "beneficia" da disfonia ao estar disfônico e aquele que sofre intensamente com o impedimento vocal, ou seja um cantor ou ator em temporada. Ao primeiro pode-se supor que não se empenhe, ao menos subconscientemente, pela cura, ao contrário do segundo, que normalmente terá empenho exacerbado, ansioso, às vezes até tornando-se prejudicial, no sentido de tentar estar logo recuperado. Portanto há necessidade de saber dosar os extremos para obtenção de um bom resultado no tratamento.
A coleta detalhada da história vocal do paciente disfônico pode revelar aspectos decisivos ao diagnóstico e à conduta do tratamento. A descrição do paciente revela sua forma de encarar a relação com o médico e o fonoaudiólogo, se otimista, confiante, participante, interessado, ou se adota uma posição crítica, pessimista, pouco confiante e interpreta de foram deturpada as conclusões e determinações.
Deve-se proceder a pesquisa de história patológica detalhada sobre a saúde do paciente, ou seja, as enfermidades que tenha sofrido no passado ou ainda sofra, e que possam ter relevância no quadro atual. Em relação ao motivo recente que traz o paciente à consulta, deve-se colher os dados de maneira a localizar uma causa e mensurar sinais e sintomas.
O exame otorrinolaringologico inclui, igualmente, a avaliação da audição, da voz, da fala, da deglutição e as pesquisas de alterações anatômico-funcionais e preceptorias dos órgãos articulatórios e ressonâncias, como a boca e língua, fossas nasais, rinofaringe e faringe. Também a função pulmonar pode e deve ser avaliada, quando necessário.

A laringoscopia indireta é um método perfeitamente satisfatório para o diagnóstico de indivíduos disfônicos ha poucos dias, aptos ou durante estado gripal, não tabagistas e que não façam uso profissional da voz. Casos mais intensos e duradouros, não associados a infeções virais ou bacterianas, devem demandar a utilização de um método mais preciso, que forneça dados de maior confiabilidade possível a decisão terapeutica. A utilizacao de videolaringoscopia e da videolaringoestroboscopia consagra-se como fundamental no manejo de enfermidades da laringe e da voz.
Os pacientes com indicação de fonoterapia devem ser encaminhados acompanhados de laudo minucioso que descreva a anamnese sumária ou dirigida, os achados no exame de pregas vocais, mencionando seu aspecto e mobilidade, as características, simetria e amplitude da onda mucosa e a eventual existência de fendas gloticas, referindo seu local, extensão e formato. A conclusão e conduta devem ser discriminadas e devidamente explanadas ao paciente.

AVALIAÇÃO DA VOZ DO CANTOR
A avaliação da voz do cantor inicia-se com a identificação da queixa, na anamnese, levando-se em conta os aspectos da voz falada e cantada. Deve-se fazer um exame clínico apurado, tentando compreender a ressonância e a articulação do cantor.
Quando se fala em avaliação da voz, deve-se levar em consideração vários aspectos físicos e da emissão da voz. Observa-se os seguintes tópicos:
Exame físico:
  • Postura
  • Tipo Respiratório
  • Tempo de emissão
  • Coordenação Pneumofonoarticulatória
  • Pitch
  • Loudness
  • Ressonância
  • Articulação
  • Ataque Vocal
  • Qualidade Vocal
  • Ritmo
  • Tessitura
  • Registro
  • Brilho
  • Projeção
Passaremos agora a dissertar sobre cada etapa da avaliação individual do cantor:

EXAME FÍSICO
Inicia-se pela apalpação da região cervical e pescoço, investigando-se o nível de tensão de sua musculatura. Nesse exame pode-se observar a largura da laringe e o posicionamento vertical da cartilagem tireóide no pescoço, o deslocamento lateral e sua mobilidade vertical pela emissão ligada de tons agudos e graves. Pode-se verificar o tamanho da abertura da boca, a movimentação da articulação temporo-mandibular(ATM), a tonicidade e mobilidade dos lábios e bochechas. A língua é um músculo muito importante para a fonação portanto deve-se verificar o tamanho, se é proporcional a forma e tamanho da cavidade oral, seu tônus e sua mobilidade em relação aos sons. Verifica-se a oclusão dentária, o formato do palato e o tamanho de toda a cavidade oral. Observando-se a distância dos pilares amidalianos da parede da faringe (orofaringe/nasofaringe). Verifica-se também o movimento mastigatório, o qual é muito importante para a avaliação do profissional da voz. Se estiver sendo feita de maneira inadequada, irá prejudicar o estado dos músculos responsáveis pela fonação

POSTURA
Na conversa espontânea, deve-se verificar a inclinação da cabeça, a tensão muscular cervical, o posicionamento do queixo em relação ao peito, a inclinação dos ombros. Observa-se a curvatura da coluna vertebral no andar e sentar, observando se a postura assumida pelo cantor é a adequada para a fonação. É preciso observar se os aspectos que caracterizam a postura do cantor durante a fala se modifica ou se mantém durante o canto. É fácil encontrar pessoas que elevam o queixo quando cantam tons mais agudos, com o incorreto e prejudicial intuito de auxiliar a elevação da laringe, posição que, sem tensão e participação da musculatura extrínseca, ajudaria a emissão de sons agudos.
TIPOS RESPIRATÓRIOS
Há muita discussão sobre o tipo adequado de respiração para a fonação e canto, porém deve-se observar se a respiração efetuada pelo cantor é a adequada para o canto. Existem três tipos básicos de respiração que são o superior, misto e inferior. No canto encontram-se vários casos de respiração inferior e mista, ou seja, o cantor, no ato do canto recorre instintivamente a um tipo de respiração de forma que a pressão subglótica torne-se mais longa, forte e estável.

TEMPO DE EMISSÃO
A capacidade de emitir um som por longo período e de enfatizar uma nota nos momentos finais de uma sentença pode definir o repertório e longevidade da voz de um cantor. Observa-se tal fato quando existe a solicitação para a emissão de um som ou vogal prolongada ou sustentada, glissando ascendente e descendentemente e fazendo uma vogal sustentada com intensificação no terço final da emissão.

COORDENAÇÃO PNEUMOFONOARTICULATÓRIA
É a coordenação entre a respiração e a fala. Observa-se o cantor durante uma conversa espontânea, ou durante a leitura de um texto, mas pode fornecer dados irreais sobre a coordenação respiratória. É comum verificarmos pessoas com dificuldade durante a fala, porém quando lhe é solicitado uma leitura, e a pessoa percebe que está sendo avaliada, imediatamente corrige as eventuais entradas de ar residual . A coordenação analisada é um aspecto no qual, na maioria das vezes não se modifica da fala para o canto. Algumas exceções acontecem quando o estilo de música adotado exige uma voz muito soprosa, com um gasto de ar muito grande.

PITCH
É a sensação auditiva que temos sobre a altura da voz, podendo ser classificado em grave, médio ou agudo. Mede-se o pitch através de sistemas computadorizados de análise vocal. Normalmente, no canto, o pitch eleva–se, pois há uma busca das cavidades superiores de ressonância que acaba levando para a agudização do pitch, muitas vezes camuflado por uma hipernasalisação.

LOUDNESS
Tem relação com a percepção do volume da voz e deve ter com o tipo de ambiente em que a voz está sendo emitida. Pode ser classificado em forte, fraco e adequado. Na voz cantada, deve-se lembrar do ambiente e da utilização da aparelhagem de amplificação sonora. O cantor pode não possuir uma boa aparelhagem de som ou retornos eficientes, fazendo com que produza uma voz cantada com muito volume, e solicitando ao seu corpo que produza um apoio muito potente para que não ocorra sobrecarga das pregas vocais. O cantor popular normalmente não precisa utilizar um volume maior para cantar pois possui um bom sistema de amplificação. O cantor de coral emprega muitas vezes excesso de volume para poder se escutar dentro do coro. O cantor lírico procura explorar todas as suas caixas de ressonância, todo o seu potencial respiratório para atingir o quarto formante e assim ser ouvido junto com a orquestra que o acompanha. A voz transforma-se, neste momento, em mais um e único instrumento.

RESSONÂNCIA
A ressonância é classificada em seis tipos principais: equilibrada quando se utiliza de forma distribuída os três focos principais de ressonância(laringe, oral e nasal); laringo-faríngea onde há predomínio do foco na região do pescoço; hipernasal com constrição de pilares onde o foco é acentuado no nariz, mas com esforço evidente causado por tensão de musculatura orofaríngea; hiponasal onde não há nenhuma ressonância nasal; laringo-faríngea com foco nasal compensatório onde o foco central é no pescoço e sem nenhuma oralidade, normalmente em articulações muito travadas. Semelhantemente ao pitch, a ressonância também se eleva, buscando as cavidades mais superiores no canto em relação à fala.

ARTICULAÇÃO
A articulação pode ser precisa, imprecisa, travada, exagerada, pastosa ou aberta. Estas características podem se combinar aos pares mas não de maneira fixa. Pode-se por exemplo, encontrar uma articulação travada e precisa assim como uma aberta e imprecisa. Nem sempre abrir mais a boca para cantar melhora a articulação das palavras. Pode sim projetá-la muito mais.

ATAQUE VOCAL
O ataque vocal pode ser dividido em brusco, aspirado e suave, podendo ser observado na fala espontânea. Normalmente o tipo de ataque se modifica da fala para o canto. Existem pessoas que falam com ataque brusco, porém na hora de cantar optam pelo estilo bossa-nova , que trabalha com um ataque mais suave.

QUALIDADE VOCAL OU TIMBRE
É o item que esclarece o diagnóstico no nível de pregas vocais. Costuma fechar a avaliação perceptual da voz falada. No canto isso ocorre de forma diferente, pois na voz cantada avalia-se a qualidade em relação direta com o estilo de música adotado e com a forma pessoal de interpretação. Não é possível dizer que todo cantor de bossa-nova possui uma voz patológica soprosa, pois esta soprosidade faz parte de um estilo de cantar, de tornar a voz mais um instrumento dentro da música e não o principal deles. O cantor de hard rock tem a voz rouca e áspera, mas pode-se utilizar outro modo de cantar este estilo de música. A qualidade da voz cantada abre discussão para as características vocais mais freqüentes em cada estilo de música. É impossível se discutir a qualidade sem falar de estilo, ao contrário da voz falada, na qual a qualidade vocal tem relação direta com a patologia.
Há várias maneiras de se nomear as qualidades e características vocais. Utilizamo-nos da voz rouca (moderada/suave), suave, fluida, áspera, soprosa, com quebra de sonoridade, tensa, pastosa, trêmula, estrangulada, infantil e diplofônica (bitonal).
Há outros nomes diferentes dos utilizados acima, mas estes combinados entre si quando necessários são suficientes para definir precisamente uma qualidade vocal.

RITMO
É um aspecto que avaliamos apenas na voz falada, pois na cantada dependerá do estilo, melodia e harmonia da música e da maneira como o cantor interpreta a canção. Na fala usamos um ritmo lento, acelerado, muito acelerado e adequado.

TESSITURA
A tessitura e a extensão são dois aspectos a serem avaliados apenas na voz cantada. Quando o cantor disfônico tem queixa apenas na voz cantada não há necessidade de avaliação dos dois aspectos. Pesquisar a tessitura do cantor, que seriam as notas confortáveis dentro da sua extensão vocal, quando o cantor está totalmente disfônico, é algo que não tem muito sentido.
Quando o cantor apresenta a queixa de dificuldade nos agudos ou quebra de sonoridade na passagem, solicita-se que emita a escala completa para se avaliar a dificuldade, mas não há como classificar definitivamente a região onde esse cantor deve produzir sua voz cantada sem esforço ou prejuízo do trato vocal, pois a hora da avaliação é um momento atípico. Conforme o trabalho fonoterapêutico evolui deve-se rever a tessitura, assim como a extensão vocal.
A classificação vocal das vozes masculinas em tenor, barítono e baixo e das femininas em soprano, mezzo-soprano e contralto têm relação com o canto lírico, é muitas vezes empregada no canto popular, porém mais para auxiliar na definição da tessitura do que para classificar uma voz dentro de um repertório específico. Considerando-se as formas diferentes de configuração glótica do canto popular para o lírico, não acredita-se na importância dessa classificação para o canto popular.

REGISTRO
É o modo de vibração variado das pregas vocais de acordo com vários pitchs, fornecendo diferentes qualidades vocais que são chamados de registro, que nada mais é do que a produção de freqüências consecutivas que se originam da mesma maneira da freqüência fundamental. Deve ser avaliado apenas na voz cantada, pois trata-se de um conceito dividido em registro basal (fry), modal (peito e cabeça) e falsete.

BRILHO
Tem relação direta com o uso das cavidades de ressonância e a produção de formantes. Quanto mais amplo for o uso dessas cavidades maior será a riqueza de harmônicos amplificados, fazendo com que a voz pareça cheia, preenchendo todo o ambiente.
A posição da laringe no pescoço é responsável pelo colorido do som produzido. No bel canto, com a laringe baixa, temos um som mais límpido e alegre, enquanto no canto dramático, com laringe alta, o som é escuro mas cheio de nuanças.

PROJEÇÃO
Termo advindo do canto, mas muito utilizado no meio teatral e em oratória. Tem relação direta com respiração, pressão subglótica e superiormente com a boca aberta. Não é possível se ouvir um cantor com projeção com a articulação totalmente travada. Na avaliação deve-se evitar termos qualitativos (boa projeção/péssima projeção). Deve-se gravar a voz do cantor para registro, solicitando sonorizações específicas, como vogais (/a/e/i/) prolongadas, escalas ascendente e descendente em stacatto e ligatto, fala encadeada (dias da semana, meses do ano) e conversa espontânea.
Havendo gravações antigas e recentes, é interessante ouví-lo para compreender o processo de desenvolvimento da voz cantada. A avaliação in locco é fundamental para comparar dados ao vivo, e para conhecer o ambiente de trabalho do cantor.

ALTERAÇAO DE VOZ NO CANTO - DISFONIA FUNCIONAL
As alterações de voz mais comumente encontradas nos cantores são chamadas de disfonias funcionais, que podem ser causadas por uso inadequado dos músculos voluntários da fonação, que incluem os músculos da laringe, faringe, mandíbula, língua, pescoço e sistema respiratório. O desalinhamento postural também é um achado clínico freqüente. Algumas disfonias podem ser atribuídas a técnicas vocais incorretas tais como: Coordenação pneumofonoarticulatória pobre, uso excessivo ou inadequado da válvula laríngea, foco ressonantal inadequado, dificuldades no controle dinâmico de pitch e loudness.
Por definição, a disfonia funcional é a alteração vocal que decorre geralmente do mau uso ou abuso de um aparelho fonador anatômica e fisiologicamente intacto, mas que também pode ser resultado de um mecanismo compensatório mal adaptado, como conseqüência de uma condição orgânica preexistente. Mesmo nos casos de alteração vocal onde a função laríngea é normal ao exame clínico, ou quando há presença de sinais de tensão muscular laríngea anormal, a disfonia é classificada com funcional.
A disfonia funcional com abuso vocal prolongado pode levar ao desenvolvimento de alterações orgânicas secundárias, como os nódulos vocais. Apesar desses serem considerados entidades patológicas individualizadas, eles são resultado de uma disfonia funcional precedente.

CLASSIFICAÇÀO
Há várias propostas para a classificação das disfonias funcionais. Alguns autores propõem abordagens mais amplas referindo-se aos mecanismos casuais e outros baseiam-se nos aspectos clínicos-sintomáticos. É importante haver uma diferenciação entre cada subgrupo de pacientes portadores de disfonia funcional.
Podemos classificar as disfonias funcionais em quatro tipos, que são: as disfonias psicogênicas, a disfonia por habituação, o uso inapropriado de registro e as síndromes de abuso vocal.

DISFONIAS PSICOGÊNICAS
Podem ser divididas em dois subtipos: as conversivas e as recidivantes. O padrão recidivante normalmente é associado a um perfil psicopático e o conversivo, às características histéricas e o aparecimento da alteração vocal é associado a algum fator desencadeante. A qualidade vocal é caracterizada por afonia ou disfonia severa, com sonoridade pobre. A laringoscopia pode ser normal ou evidenciar fenda glótica triangular posterior(com redução da amplitude e assimetria da onda mucosa), ou ainda triangular em toda a extensão(fenda pararela). Pode ser observada a constrição supraglótica ântero-posterior parcial, projeção medial de pregas ventriculares ou inconsistência nos achados laringoscópicos.

DISFONIA POR HABITUAÇÃO
Inicia-se por uma laringite viral ou cirurgia das pregas vocais, o que propicia uma compensação inadequada do trato vocal organicamente comprometido. A disfonia persiste mesmo após o desaparecimento do processo viral ou da cicatrização cirúrgica. A terapia fonoaudiológica pré-cirúrgica pode evitar este tipo de alteração. Sintomas como fadiga vocal e odinofonia podem ser observados. A qualidade vocal pode apresentar soprosidade, aspereza, diplofonia ou fonação ventricular. A sonoridade geralmente é pobre e a laringoscopia pode ser normal, mostrar aproximação de pregas ventriculares, constrição supraglótica ântero-posterior parcial ou ainda fechamento supraglótico esfinctérico.

USO INAPROPRIADO DE REGISTRO
A alteração vocal ocorre em homens durante o crescimento, manifesta-se depois da puberdade como dificuldade em abaixar o pitch e acompanha-se de "quebras" no registro. Pode ocorrer em ambos os sexos, porém não é tão evidente nas mulheres em decorrência do seu tom habitual de fala. Alguns fatores psicológicos podem levar a inibições durante este período de transição e estabelecer um padrão de fonação em falsete. Estes casos devem ser diferenciados daqueles em que existam comprometimentos hormonais ou conversivos. Não há sintomas associados. A qualidade vocal caracteriza-se por pitch anormalmente alto e sonoridade pobre.
A laringoscopia é geralmente normal, mas pode haver tensão glótica. A laringe pode também estar elevada e sua tração para baixo pode mostrar mudança de registro vocal para um pitch mais adequado.

SINDROMES DE ABUSO VOCAL
As alterações vocais decorrentes das síndromes de abuso vocal são geralmente flutuantes ou intermitentes e mantém-se por períodos prolongados. Os aspectos mais comumente observados nestas alterações são: fadiga vocal, redução da extensão dinâmica da voz, odinifonia, padrão respiratório inadequado e sindromes tencionais músculo-esqueléticas. Outros sintomas, como alterações ressonantais e de pitch, também podem ser observados. As síndromes de abuso vocal podem ocorrer com freqüência também em profissionais da voz.
A qualidade vocal dos pacientes portadores de síndrome de abuso vocal mostra características de soprosidade e aspereza, sonoridade pobre, quebras na voz, pitch geralmente agravado e ataque vocal brusco.
A laringoscopia pode ser normal, mas também pode apresentar aproximação de bandas ventriculares, constrição supraglótica ântero-posterior parcial e ainda fechamento supraglótico do tipo esfinctérico.
Outros fatores devem ser observados em profissionais da voz com alterações relacionadas ao abuso ou mau uso vocal. Algumas alterações na voz falada muitas vezes não ocorrem na voz cantada, ou ocorrem em menor grau. Como exemplo, uma boa técnica de canto não implicará em uma voz falada adequada. O apoio respiratório também pode mostrar-se deficiente somente na voz falada. Apesar disso, a extensão vocal não é afetada. A avaliação de profissionais da voz deve ser cuidadosa, levando-se em conta as variáveis entre a voz falada e cantada.
Como alterações orgânicas secundárias temos: nódulos de pregas vocais, edema de reinke e úlceras e granulomas, os quais passaremos a discertar.

NÓDULOS DE PREGAS VOCAIS
São lesões secundárias associadas às alterações funcionais da voz, caracterizando-se por alteração na camada superficial da lâmina própria, representada histologicamente pela presença de tecido edematoso e/ou fibrocolagenoso associado a um espessamento do epitélio das pregas vocais, com queratinização superficial e acantose entre as cristas epidérmicas. Apresentam-se como lesões esbranquiçadas, em torno da borda livre na junção do terço médio de ambas as pregas vocais , que, ao entrarem em contato durante a fonação, assumem a silhueta de um "beijo". Apresenta aspecto endurecido e algumas vezes edematoso, principalmente em crianças. Há um aumento de massa e rigidez da cobertura, assim como interferência na vibração mucosa contralateral. Na maioria dos casos há presença de fenda triangular médio-posterior.
A incidência desta alteração em adultos é maior no sexo feminino e está sempre associada ao abuso vocal e ao estresse. É a disfonia funcional mais comum entre as crianças, predominando no sexo masculino. Em cantores, pode ocorrer secundariamente à execução do canto fora da extensão adequada e por pobre apoio respiratório.
Os sintomas vocais mais comuns são fadiga vocal, alterações de pitch, alterações ressonantais e extensão dinâmica reduzida.
A qualidade vocal mostra características de soprosidade, aspereza, quebra vocal e ataque vocal brusco.

EDEMA DE REINKE
É uma lesão de aspecto edematoso e por vezes polipóide, o que lhe rendeu a denominação de degeneração polipóide, ou ainda, pólipo edematoso de pregas vocais. É geralmente bilateral, porém quase sempre assimétrica. Estende-se ao longo de toda a borda livre das pregas vocais na maioria dos casos. Apresenta crescimento progressivo, podendo obstruir completamente a glote com conseqüente asfixia, em seu estágio mais avançado. Interfere na vibração mucosa contralateral e está freqüentemente associado ao tabagismo crônico e, em menor escala, ao hipotireoidismo e ao refluxo gastroesofágico. A fonoterapia pode reduzir a lesão em alguns casos, ainda que ocorra melhora importante da qualidade vocal nos casos com lesões pouco exuberantes. Entretanto, o encaminhamento posterior para tratamento cirúrgico é necessário.
A disfunção vocal geralmente é estável, de longa duração, e predomina no sexo feminino. Os principais sintomas associados são fadiga vocal, alterações ressonantais e extensão vocal reduzida. A qualidade vocal apresenta características de rouquidão, com pitch agravado, sonoridade pobre e quebras vocais.

ULCERAS E GRANULOMAS
São as únicas lesões orgânicas localizadas fora da borda livre das pregas vocais, decorrentes de distúrbios funcionais da laringe. São associadas a processos inflamatórios extralaríngeos ou secundários à entubação endotraqueal prolongada. Nos casos funcionais, são provocados por trauma fonatório na apófise vocal das aritenóides, em pacientes com importante tensão muscular laríngea e ataque vocal brusco. Geralmente são lesões pequenas que comprometem o fechamento glótico. Quando são de grandes dimensões, outras possibilidades diagnósticas devem ser aventadas.
O estabelecimento da alteração vocal é geralmente agudo(de dias a semanas), às vezes intermitente por meses. Os sintomas mais freqüentes associados são odinofonia e fadiga vocal.
A qualidade vocal manifesta-se sob forma de disfonia variável, com pitch grave e ataque vocal brusco. A laringoscopia mostra ulceração do processo vocal uni ou bilateral, ou granuloma, com hiperfechamento glótico posterior. Outros fatores observados em pacientes portadores de úlceras ou granulomas são apoio respiratório pobre, uso de ar residual, freqüente associação ao refluxo gastroesofágico, hábito de pigarrear e tossir e abuso vocal.

TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA CANTORES
A terapia vocal do cantor não difere completamente do processo terapêutico de um paciente que apresenta disfonia funcional. O foco do tratamento, este sim, será diferente. Com a queixa bem definida em relação aos aspectos da voz falada e cantada, inicia-se a terapia que trabalhará simultaneamente os aspectos que forem necessários, tanto da voz falada quanto da cantada.
Na terapia com cantores, o ouvido adquire importância na condução das orientações, na forma de utilização da voz, assim como na maneira de realização dos exercícios propostos. Quando se trabalha com o cantor, não se deve ficar centrado na patologia laríngea ou no distúrbio da fonação e sim na maneira como o cantor está utilizando seu aparelho vocal para produção da voz dentro do estilo e interpretação desejados.
Pode-se compreender o estilo do canto e tentar, juntamente com o cantor, por meio de exercícios, possibilitar que produza, de maneira satisfatória e sem prejuízo do trato vocal, a voz cantada desejada. O fonoaudiólogo não deve discutir a escolha de repertório, mas esclarecer as possibilidades de cada voz, localizando o pitch confortável e a tessitura adequada para o cantor assim como demonstrar aspectos anatomofisiológicos existentes, mas muitas vezes desconhecidos, que possam facilitar ou limitar a produção de algum tipo de voz cantada.
É necessário possuir algum conhecimento de termos músicais que, em geral, estão presentes na terapia com o cantor, como por exemplo grave, agudo, oitava, glissando, stacatto, escala ascendente ou descendente, acorde e outros que podem aparecer conforme o tipo de canto adotado.
O cantor, em geral, questiona o profissional para saber como se procedem os exercícios e outras duvidas, pois é natural que a pessoa que tem na voz cantada seu instrumento profissional possua uma curiosidade maior em relação a sua voz, bem como receio em ser examinado pelo otorrinolaringologista e ansiedade em tratar as dificuldades que se manifestam na voz.
Aparecem alguns questionamentos por parte do cantor, porém esses são um desafio constante para quem trabalha com a área da voz e tem consciência da influência da vida emocional e psíquica na questão da comunicação.
As questões da saúde vocal devem ser tratadas com paciência e esclarecimento, sem virar uma lista de proibições, pois o ideal é passar informações aos poucos e obter o retorno do cantor sobre a verdadeira compreensão dos porquês sobre sua voz.

Não é fácil estabelecer um limite sobre onde começa a terapia fonoaudiológica do cantor, pois o início de cada processo dependerá de cada indivíduo. Não existe hierarquia dentro da terapia fonoaudiológica. Na voz tudo ocorre ao mesmo tempo. As necessidades são de cada caso e sempre que possível devem ser trabalhadas no conjunto.
No caso dos cantores é fundamental trabalhar a parte respiratória no sentido de conscientizar o papel da respiração na emissão da voz cantada, mostrando preferencialmente a respiração costo-diafragmática, como a mais adequada para a sua voz. O trabalho articulatório visando a abertura vertical e à precisão sonora dos fonemas também tem destaque na rotina terapêutica. Os exercícios que auxiliam no abaixamento da laringe tem demonstrado ótimo resultado, mesmo nos casos de cantores populares, permitindo um movimento vertical livre nos graves e agudos. Exercícios de resistência também são indicados para cantores que costumam cantar muitas horas por semana. Massagem digital na laringe depois de cantar, ou antes de dormir, promove a vasodilatação que possibilitará um maior relaxamento noturno, levando a uma qualidade vocal mais satisfatória para os dias seguintes no uso intensivo da voz.

Não é possível abordar a parte de exercícios, pois cada indivíduo tem seu problema e os exercícios devem ser aplicados de maneira pessoal. O terapeuta tem que experimentar os exercícios consigo mesmo e, posteriormente, observar como cada paciente realiza ou reage diante daquele exercício. De maneira geral, acredita-se que o terapeuta não necessita ser um cantor ou músico para poder prestar atendimento, porém deve ouvir as queixas do paciente e saber que as dúvidas que ocorrerem durante o processo terapêutico poderão ser investigadas e respondidas por ambos, paciente e terapeuta.

CONCLUSÃO
Estivemos analisando alguns os problemas possíveis a serem apresentados na estrutura funcional da laringe e cordas vocais, nos profissionais da voz, em específico com os cantores.
Apresentamos alguns métodos a serem aplicados na avaliação e tratamento de tais problemas, porém tal explanação não esgota o assunto.
Ficou claro porém que, para a eficácia levantamento dos problemas apresentados, bem como o respectivo tratamento, há necessidade de se recorrer ao profissional médico da voz, especificamente ao Otorrinolaringologista e ao Fonoterapeuta para a obtenção de sucesso para a resolução dos distúrbios que possam ocorrer com a voz.

Creio porém que deve haver um relacionamento muito aproximado entre o profissional da voz, o médico da voz e o preparador vocal, pois suas atividades se interagem e, com essa aproximação o resultado pode se tornar mais produtivo, fazendo com que a voz do profissional possa ser melhor elaborada para um bom resultado profissional.
Com este tipo de relacionamento, creio que os cinco profissionais da voz - Otorrinolaringologista, Fonoaudiologista, Professor de Canto, Preparador Vocal e Cantor - poderão crescer em conhecimento e sucesso profissional, onde cada um individualmente alcançará a satisfação pessoal de aplicar o seu trabalho de modo direto, com conhecimento e bem feito.

domingo, 17 de junho de 2012

Voz Normal X Disfonias

Voz Normal X Disfonias


Conceito de Voz Normal e Classificação das Disfonias
Mara Behlau

Ainda não existe uma classificação formal de voz normal, por falta de padrões ou limites definidos, e, portanto, o conceito mais correto é o de voz adaptada, ou seja, em que a pessoa demonstra estabilidade e resistência ao uso específico, laborativo e/ou social, que habitualmente faz da voz.
Quando existe uma harmonia muscular, obtermos um som, denominado pelos ouvintes, como uma voz de boa qualidade.
No entanto, quando a harmonia e o conforto são desrespeitados, podemos dizer que existe uma disfonia.

Padrões Gerais de Normalidade Vocal:

Qualidade vocal agradável: presença de certa qualidade musical, ausência de ruido ou atonalidade.
Frequencia adequada: frequência apropriada ao sexo e idade do falante.
Intensidade apropriada: não deve ser fraca, que não seja ouvida em condições de fala, nem forte demais chamando a atenção sobre ela.
Flexibilidade adequada: uso de variações em frequência e intensidade, que colaboram com que o indivíduo expresse seus sentimentos.
O autor sugere o termo voz adaptada, em todas as situações nas quais a produção vocal é de qualidade aceitavel socialmente, não inteferindo na inteligibilidade de fala, permitindo desenvolvimento profissional do indivíduo, apresentando frenquencia, intensidade, modulação e projeção apropriados para o sexo e idade do falante, e que consigua trnsmitir a mensagem emocional do discurso.

DISFONIA: distúrbio de comunicação oral representada por toda e qualquer dificuldade ou alteração na emissão vocal que impede a produção da voz natural.
Pode se manisfestar como: desvio na qualidade vocal, esforço para falar, fadiga vocal, perda de potência da voz, falta de folume, diminuição da eficiência vocal, rouquidão, aspereza, soprosidade.


Classificação das disfonias



Classificação por tempo de sintoma: AGUDA e CRÔNICA, são classificadas de acordo com a duração do sintoma, estipulando-se o limite de 15 dias como divisão entre essas duas categorias.

Classificação pela dicitomia organica e funcional

ORGANICA; apresenta alteração de prega vocal,

FUNCIONAL, apresenta-se sem alteração visível das pregas vocais ao exame laringoscópio, podendo significar: fisiologia alterada, abuso e mau uso vocal, técinoca inadequanda, disfonia psicogênica, entre outras desordens vocais.

Classificação pelo achado na avaliação clínica: ANORMALIDADES ESTRUTURAIS, a laringe pode produzir reações teciduais ( nódulos, úlceras, entre outros) , DISTURBIOS DO MOVIMENTO, as estruturas parecem normais, mas seus movimentos são alterados, AUSENCIA DE IMPEDIMENTO ORGANICO OU FUNCIONAL, não se encontram alteração estruturais ou funcionais na laringe, o que não descarta problemas de difícil detecção.

Classificação pela cinesiologia laríngea: HIPOFUNÇÃO, insuficência muscular, HIPERFUNÇÃO, esforço vocal.

Sistema de classificação
Behlau e Pontes;


É baseada no envolvimento do comportamento vocal na causa da disfonia.

Disfonias funcionais: são desordens do comportamento vocal do falante, podem ter como causa 3 aspectos diferentes: uso incorreto da voz, inadaptações vocais, e por fim, alterações psicogênicas.

Disfinias organofuncionais: apresentam uma base essencialmente funcional, mas apresentam também lesões secundárias, é considerado, uma etapa posterior da evolução de uma disfonia funcional.

Disfonias organicas: são aquelas que independem do uso da voze podem ser causadas por uma série variada de processos.

Pode se apresentar em variados graus:
Grau leve - disfonia eventual ou quase imperceptível, e o falante consegue desempenhar suas atividades vocais habituais com mínima dificuldade, rara fadiga, e sem interrupções;

Grau moderado - disfonia percebida continuamente, a voz é audível, com oscilações, e o falante consegue desempenhar suas atividades vocais habituais, com percepção (por si próprio e/ou por ouvintes) de esforço, falhas, fadiga eventual a freqüente e necessidade de interrupções;

Grau intenso - disfonia constante, a voz torna-se pouco audível, e o falante não consegue desempenhar suas atividades, ou o faz com grande esforço, intensa fadiga e com grandes interrupções.

Grau extremo ou afonia – é a “quase ausência” ou “total ausência” de voz, a voz torna-se inaudível, exigindo escrita ou mímica para que a pessoa se faça entender.

ORIENTAÇÕES A CANTORES

  ORIENTAÇÕES A CANTORES



» ORIENTAÇÕES A CANTORES
EXTRAÍDO DO SITE DO CEV_ Centro de estudos da Voz

www.cevfono.com

Lembretes gerais

Cuide de sua saúde geral – Manter-se em boas condições de saúde geral auxilia a produção da voz, quer seja cantada ou falada. São raros os indivíduos doentes que mantém boa emissão vocal.

Mantenha uma dieta balanceada - Todas as funções especiais do corpo, e o canto é uma função especial, requerem grande porte energético; mantenha uma dieta balanceada e evite excesso de gorduras e alimentos muito condimentados, o que lentifica o processo digestivo e limita a excursão respiratória.

Aqueça e desaqueça a voz antes e depois das apresentações – Lembre-se que o ajuste para a voz cantada é diferente do ajuste para a voz falada; assim, a voz cantada deve ser usada unicamente nas situações de canto.

Lembretes para jovens cantores
Evite cantar nos extremos de sua tessitura, tanto em notas muito agudas como em muito graves, para não forçar precocemente sua emissão. Trabalhe sobre um repertório adequado às suas possibilidades e ao seu preparo. Algumas vozes levam anos para serem corretamente classificadas. Se sua voz não tem uma qualidade especificamente definida, pode ser que a classificação vá demorar algum tempo, o importante é não exigir mais do que suas condições vocais podem corresponder, sob risco de se desenvolver lesões nas pregas vocais.

Lembretes para as cantoras

Quando possível, evite cantar ou vocalizar com muito esforço no período pré-menstrual, geralmente de 1 a 3 dias antes da menstruação, e durante a menstruação. Não são todas as mulheres que apresentam alterações vocais e laríngeas nesse período, mas a tendência é de haver edema (inchaço) generalizado no corpo e também localizado na laringe. Além disso, há uma maior fragilidade nos capilares sanguíneos, o que favorece lesões hemorrágicas. Isto significa que durante este período é mais comum se desenvolverem pequenas alterações sobre as pregas vocais, ou ainda, tornarem-se mais acentuadas as já existentes. Os nódulos vocais, popularmente chamados de “calos”, podem, até mesmo dobrar o seu tamanho. A voz tende a ser mais soprosa, com ar na emissão, e as notas agudas são alcançadas com maior esforço.

Evite também cantar a partir do sétimo mês de gestação, pois além do edema associado a esta condição, a respiração pode se tornar muito superficial e limitada devido à expansão abdominal, que dificulta a movimentação do diafragma.

A importância de Beber Água

A importância de Beber Água



Uma das formas mais baratas, acessíveis e eficazes de prevenir doenças, manter a beleza da pele, cabelos e unhas é através da ingestão de água. Os médicos recomendam a ingestão de 1,5 à 2 litros de água por dia, que é a quantidade média que um corpo adulto perde de líquido em 24 horas, seja através da digestão, respiração, suor, urina, transformação dos nutrientes em energia.

Precisamos manter o estado de equilíbrio, o que foi consumido precisa ser reposto. Para o equilíbrio, cada pessoa deve beber a quantidade adequada para o seu caso, na qual deverá ser considerado o estilo de vida, o metabolismo, a estrutura corpórea, o tipo de atividade física que pratica e até o clima. Estes fatores influenciarão diretamente na perda do líquido.

Para quem possui uma dieta balanceada, a recomendação de 1,5 à 2 litros de água pode ser reduzida em função da ingestão de sucos e frutas, com o exemplo da melancia que possui 90% de pura água.

Dentre os inúmeros benefícios da Água, podemos citar:

•Previne Celulite;
•Controla a Temperatura;
•Diminui o inchaço;
•Diminui o cansaço e sonolência;
•Aumenta o poder de concentração;
•Aumenta o fluxo de oxigênio;
•Fortalece a defesa do organismo.
* Melhora a produção da voz


Vamos nos hidratar! Não devemos esperar que o organismo dispare o alarme da sede para ingerir água!

Crie o hábito de estar sempre próximo de um copo de água. Se o bebedouro da empresa onde você trabalha fica distante da sua mesa compre uma pequena garrafa térmica. Isto também evita que você tenha que se levantar algumas vezes para pegar água.

Se você tem seu próprio negócio coloque bebedouros em todos os setores da empresa. Estimule que o seu funcionário beba bastante água durante o dia. Este pequeno investimento vai significar um aumento na produtividade e na disposição da sua equipe.

E Atenção Cantores: Quanto maior a quantidade de água ingerida, mais hidratadas as pregas vocais ficam, o que ocasiona melhor atividade muscular das mesmas, além de fluidificar secreções e diminuir viscosidade do muco, que costuma ser a razão do pigarro.

hidrate-se!

Disfunção da ATM

Disfunção da ATM


Disfunção da ATM

A Disfunção ATM é o funcionamento anormal da articulação temporo-mandibular, ligamentos, músculos da mastigação, ossos maxilar-mandíbula, dentes e estruturas de suporte dentário. Os dentes inferiores quando em contato com os dentes superiores formam a oclusão dental, responsável pela estabilidade da ATM. A oclusão inadequada ( má oclusão ) é, na maioria dos casos, a responsável direta pela disfunção ATM.


A disfunção da ATM é conhecida por diversos outros nomes como disfunção temporomandibular, dor e disfunção miofascial, disfunção craniomandibular, ou simplesmente ATM.Inúmeras pessoas no mundo tem sintomatologia da Disfunção ATM e dessas, em muito poucos casos, são diagnosticado e tratado de maneira correta.

A Disfunção ATM está relacionada a hábitos comuns, como o apertamento dentário e o bruxismo (frender ou ranger), morder objetos estranhos, roer unhas, mastigar chicletes, postura da cabeça (para a frente), o de prender o telefone com o queixo ou ainda apresentar fatores relacionados com o estresse, depressão e ansiedade ou eventos traumáticos.

Através de um atendimento multidisciplinar proporcionará ao paciente um tratamento eficaz, seguro e não invasivo no controle da dor para o seu tratamento da disfunção ATM.


Quais os sintomas da Disfunção ATM ?

Disfunções de ATM apresentam muitos sinais e sintomas. É difícil saber com certeza se você tem Disfunção ATM, porque um destes sintomas ou todos eles podem também estar presentes em outros problemas.

Alguns dos sintomas mais comuns de Disfunção ATM são:

- Dores de cabeça ( parecidas com enxaquecas ), dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos;
- Um “clique” ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca;
- Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar;
- Mandíbulas que “ficam presas”, travam ou saem do lugar;
- Flacidez dos músculos da mandíbula;
- Uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam.

Normalmente o paciente com disfunção ATM , relata que ao movimentar a mandíbula, ouve barulhos. Isso já é indicativo de problemas de ATM e, se não tratado precocemente, pode levar a uma intervenção cirúrgica.

Existe outro tipo de barulho, que são os zumbidos, que podem ou não serem originado de sintomas da ATM, o que pode ser visto através do exame clínico, a sua origem e o tipo de tratamento para ATM indicado.

O tratamento da ATM (ou DTM) muitas vezes é multidisciplinar, sendo normalmente efetuado por profissionais de diversas áreas da odontologia e também, quando necessário, com o auxílio de profissionais de outras áreas da saúde, devido a infinidade de fatores causais.

Além do tratamento especifico da Disfunção ATM, o uso de técnicas coadjuvantes no relaxamento muscular, na diminuição da ansiedade, no controle da dor, exercícios fisioterápicos específicos, respiração e atuação na área emocional com psicoterapia.

Voz afinada não depende da "garganta"


Extraído do site super.abril.com.br

O segredo da voz afinada está no cérebro e não nas pregas vocais.

Por que a voz de algumas pessoas é afinada e a de outras não?

O segredo da voz afinada está no cérebro e não nas pregas vocais (antigamente chamadas de cordas vocais). Um cantor é afinado quando consegue reproduzir perfeitamente o som musical que acabou de ouvir. Portanto, tudo começa no ouvido. O som de uma nota musical, por exemplo, passa pela orelha e é transformado em estímulo nervoso, que vai para a região do cérebro responsável pela audição (veja infográfico abaixo).

Depois de analisado, esse impulso passa para a parte que comanda a fala (lado esquerdo) e a musicalidade (lado direito). Essas regiões do cérebro mandam o impulso nervoso para as pregas vocais informando quantas vezes elas devem vibrar por segundo, determinando o tipo de som que vai ser emitido. Algumas pessoas nascem naturalmente afinadas enquanto outros têm maior dificuldade para perceber o tom ouvido e repeti-lo de forma similar, diz a FONOAUDIÓLOGA Mara Behlau, do Centro de Estudos da Voz, em São Paulo. Mas o treinamento pode tornar qualquer um afinado, com raríssimas exceções, garante Mara.


"A nota vai do ouvido para a região do cérebro que comanda a audição...

...de onde partem impulsos nervosos para a área da fala...

...que retransmite a mensagem para as pregas vocais determinando a vibração."

Canto e a recuperação de pacientes que sofreram AVCs:


Cientistas afirmam que cantar pode contribuir para a recuperação de pacientes que sofreram AVCs:


"Cantar palavras" tornou -se mais fácil para os pacientes em recuperação do avc.
O Ensino do canto para de doentes com AVC "reestrutura" o cérebro, ajudando-os a recuperar a sua fala, dizem cientistas.

Ao cantar, os pacientes usam uma área diferente do cérebro da área envolvida na fala.

Se o centro de fala de uma pessoa "é danificado por um acidente vascular cerebral, eles podem aprender a usar o seu centro do canto" .

Os pesquisadores apresentaram os resultados na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em San Diego.

Um ensaio clínico em curso, mostrou como o cérebro responde a essa terapia de entonação "melódica".

Gottfried Schlaug, professor de Neurologia do Beth Israel Deaconess Medical Center e da Harvard Medical School, em Boston, E.U., conduziu o julgamento.

A terapia já está estabelecida como uma técnica médica. Pesquisadores usaram pela primeira vez quando foi descoberto que pacientes com AVC com danos cerebrais que os deixou incapaz de falar ainda eram capazes de cantar.

Professor Schlaug explicou que seu estudo foi o primeiro a combinar a terapia com imagens do cérebro - "para mostrar que está realmente acontecendo no cérebro", como os pacientes aprendem a cantar as suas palavras.

Fazendo conexões

A maioria das conexões entre áreas do cérebro que controlam o movimento e o controle da audição são, no lado esquerdo do cérebro.

"Mas há uma espécie de buraco correspondente no lado direito", disse o professor Schlaug.

Dr Aniruddh Patel, neurocientista


"Por alguma razão, o lado esquerdo é usado muito mais no discurso.

"Se você danificar o lado esquerdo, no lado direito tem o problema [cumprindo esse papel."

Mas como os pacientes aprendem a colocar suas palavras para melodias, as conexões acontecem de forma crucial no lado direito do cérebro.


Durante as sessões de terapia, os pacientes são ensinados a colocar as suas palavras para melodias simples.

Professor Schlaug disse que após uma única sessão, doentes com AVC, que não são capazes de formar qualquer palavra inteligível aprendeu a dizer a frase "Tenho sede", combinando cada sílaba com a nota de uma melodia.

Os pacientes também são incentivados a tocar a cada sílaba com as próprias mãos. Professor Schlaug disse que isso , fez o tratamento ainda mais eficaz.

"A música pode ser um meio alternativo para envolver as partes do cérebro que são de outra forma não engajados", disse ele.

Brain sons

Dr Aniruddh Pereira, do Instituto de Neurociências de San Diego, disse que o estudo foi um exemplo de que a explosão "na investigação sobre a música eo cérebro" durante a última década.

"Às vezes as pessoas perguntam onde a música no cérebro é processada ea resposta está em toda parte acima do pescoço", disse Patel.

"A música envolve enormes áreas do cérebro - não é só acender um ponto no córtex auditivo".

Dr. Nina Kraus, um neurocientista da Universidade Northwestern, em Chicago, também estuda os efeitos da música sobre o cérebro.

Em sua pesquisa, ela registra a resposta do cérebro à música utilizando eletrodos no couro cabeludo.

Este trabalho permitiu a ela a atividade elétrica de células do cérebro à medida que captam o som.

"Neurônios de trabalho com eletricidade - assim se você gravar a eletricidade do cérebro que você pode jogar para trás através de alto-falantes e ouvir como o cérebro lida com os sons", explicou ela.

Dr. Kraus também descobriu que o treinamento musical parece aumentar a capacidade de executar outras tarefas, tais como a leitura.

Ela disse que os insights sobre como o cérebro responde à música forneceu provas de que a formação musical foi uma parte importante da educação das crianças.



Singing 'rewires' damaged brain
By Victoria Gill
Science reporter, BBC News, San Diego


Singing words made it easier for stroke patients to communicate
Teaching stroke patients to sing "rewires" their brains, helping them recover their speech, say scientists.

By singing, patients use a different area of the brain from the area involved in speech.

If a person's "speech centre" is damaged by a stroke, they can learn to use their "singing centre" instead.

Researchers presented these findings at the annual meeting of the American Association for the Advancement of Science (AAAS) in San Diego.

An ongoing clinical trial, they said, has shown how the brain responds to this "melodic intonation therapy".

Gottfried Schlaug, a neurology professor at Beth Israel Deaconess Medical Center and Harvard Medical School in Boston, US, led the trial.

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The therapy is already established as a medical technique. Researchers first used it when it was discovered that stroke patients with brain damage that left them unable to speak were still able to sing.

Professor Schlaug explained that his was the first study to combine this therapy with brain imaging - "to show what is actually going on in the brain" as patients learn to sing their words.

Making connections

Most of the connections between brain areas that control movement and those that control hearing are on the left side of the brain.

"But there's a sort of corresponding hole on the right side," said Professor Schlaug.




Music engages huge swathes of the brain - it's not just lighting up a spot in the auditory cortex



Dr Aniruddh Patel, neuroscientist


"For some reason, it's not as endowed with these connections, so the left side is used much more in speech.

"If you damage the left side, the right side has trouble [fulfilling that role]."

But as patients learn to put their words to melodies, the crucial connections form on the right side of their brains.

Previous brain imaging studies have shown that this "singing centre" is overdeveloped in the brains of professional singers.

During the therapy sessions, patients are taught to put their words to simple melodies.

Professor Schlaug said that after a single session, a stroke patients who was are not able to form any intelligible words learned to say the phrase "I am thirsty" by combining each syllable with the note of a melody.

The patients are also encouraged to tap out each syllable with their hands. Professor Schlaug said that this seemed to act as an "internal pace-maker" which made the therapy even more effective.

"Music might be an alternative medium to engage parts of the brain that are otherwise not engaged," he said.

Brain sounds

Dr Aniruddh Patel from the Neurosciences Institute in San Diego, said the study was an example of the "explosion in research into music and the brain" over the last decade.

"People sometimes ask where in the brain music is processed and the answer is everywhere above the neck," said Dr Patel.

"Music engages huge swathes of the brain - it's not just lighting up a spot in the auditory cortex."

Dr Nina Kraus, a neuroscientist from Northwestern University in Chicago, also studies the effects of music on the brain.

In her research, she records the brain's response to music using electrodes on the scalp.

This work has enabled her to "play back" electrical activity from brain cells as they pick up sounds.

"Neurons work with electricity - so if you record the electricity from the brain you can play that back through speakers and hear how the brain deals with sounds," she explained.

Dr Kraus has also discovered that musical training seems to enhance the ability to perform other tasks, such as reading.

She said that the insights into how the brain responds to music provided evidence that musical training was an important part of children's education.



Extraído de http://news. bbc.co.uk/ 2/hi/science/ nature/8526699. stm
( mensagem encaminhada pela Lista PV- do Yahoo por Marcos Crispin)

Estudar canto é bom demais!

Estudar canto é bom demais!



Outro dia eu estava conversando com uma amiga sobre o quanto estudar canto é bom demais, para os cantores e para os não cantores. Diferente do que muitas pessoas pensam, estudar canto não é só coisa pra cantores. Muitos relutam em procurar um curso de canto só porque não sabem cantar. Este é um conceito errôneo, afinal o estudo do canto oferece muitos benefícios para o estudante, seja ele dotado de um talento artístico ou não.
É bem verdade que os cantores necessitam mesmo das aulas de canto porque o treino (bem feito) da técnica vocal dá as pregas vocais flexibilidade e resistência. Reduz o esforço para o uso da voz, dando saúde e longevidade vocal. Traz conscientização da sua própria voz, melhorando o controle e dando espaço a uma interpretação mais intensa. Melhora a afinação e traz segurança ao cantor.

Mas, saindo do universo dos cantores, existem outros profissionais da voz que podem beneficiar-sem das aulas de canto.Professores, operadores de telemarketing, vendedores, advogados... Pessoas que tem a voz como instrumento de trabalho também, teriam nas aulas de canto, uma agradável maneira de "trabalhar" a musculatura da laringe. Com a avaliação devida do médico otorrinolaringologista e do profissional fonoaudiólogo, esses profissionais podem ter no canto um auxílio na prevenção de lesões.

Abrindo mais o leque, a aula de canto é também um ambiente terapêutico. Segundo médicos, psicólogos e os próprios alunos, o exercício musical através do canto ajuda no alívio das tensões do stress do dia a dia. É também um coadjuvante no tratamento de algumas patologias.

Além de tudo isso, o estudo do canto estimula a memória, coordenação motora, disciplina, sensibilidade, postura e autoconfiança.

Você ainda tem dúvidas se deve ou não estudar canto?
Eu não tenho nenhuma!!!!!!!!

Saulo Couto

Professor de canto Lírico,Belting e popular

Sobre Expressão Corporal...

Sobre Expressão Corporal...


DA EXPRESSÃO CORPORAL;
por Iran P. Moreira Necho;

Adaptação: Cássia Santos


Introdução


Da função da expressão corporal;

A expressão corporal desempenha um papel de suma importância no contexto da
comunicação. Funciona ela, algumas vezes, como meio de reforçar uma idéia que está
sendo transmitida, e, em outras ocasiões, chega até mesmo a confundir-se com o próprio
argumento, Assim, o estudo da expressão corporal tem como finalidade precípua não só
perquirir os meios de que se vale o orador para melhor estabelecer sua comunicação com
o auditório, como, ainda, persuadir este último por meio dos sinais corpóreos,
condizentes a proposta musical.

Da adequação

Mas, para que se possa gesticular com eficiência, é preciso saber adequar a expressão
corporal ao ambiente e à mensagem transmitida, e este é um dos pontos que merecem
uma atenção constante, pois, não raramente, mesmo os mais experientes oradores
acabam por cometer deslizes que, muitas vezes, acabam por prejudicar-lhes as imagens
em razão do uso de uma técnica incorreta.
Para evitar tais situações, a melhor (e talvez a única) maneira consiste em treinar
cotidiana e exaustivamente.

• A cabeça

Importância:

A cabeça é, de todas as partes do corpo, a de maior importância na gesticulação, uma
vez que é a região do corpo mais observada pelo auditório. Assim, de nada valeria uma
gesticulação bem feita com as mãos se acompanhada por uma expressão facial
inconveniente ou apática.

Apenas para ilustrar, um bom exemplo de exercício pode ser encontrado junto às escolas
de teatro, nas quais é comum observar alunos treinando expressões faciais enquanto
lêem um texto. É como se estivessem representando, vivendo o papel apenas através da
leitura.

• Exemplos

1. Mencionar “Deus” apontando para o alto.

2. Num júri, v.g., o advogado de defesa pode, teatralizando, demonstrar que o golpe dado com uma faca na vítima não
poderia ter provindo de seu cliente.

3. Quando utilizarmos o termo “gestos” neste capítulo, estaremos nos referindo não só à expressão que emana da
movimentação de braços, pernas e troncos, como, também, das expressões faciais, em suma, de toda forma de
transmissão de mensagens que não emana da fala, mas do corpo.

• Posição ideal;

A posição ideal da cabeça é aquela que se utilizaria ao conversar com um velho amigo
nem altiva, pois transmitir-se-ia arrogância; tampouco abaixada, pois o orador passaria
uma impressão de insegurança com relação ao conteúdo da mensagem.
A cabeça deve acompanhar a linha traçada pela visão de tal sorte que, direcionados os;
olhos para a direita, então a cabeça deverá acompanhar tal movimento, o mesmo se
dando com as demais direções.

• Da expressão facial;

A expressão facial deve guardar relação com a mensagem que se deseja transmitir para
o auditório, e isto se dá pelo fato de que o semblante funciona como um indicador da
sinceridade daquilo que é falado. E.g., um gesto involuntário que ocorre com freqüência,
consiste em baixar o olhar ou torná-lo vago ou ainda baixar a cabeça quando há uma
inconformidade entre aquilo que está sendo dito e aquilo em que o orador de fato
acredita, ato que, consciente ou inconscientemente, é percebido pelo auditório.
Desta forma, a expressão facial deve atuar como um reforço daquilo que está sendo dito
e a melhor maneira de se conseguir falar com convicção e segurança consiste em;
conhecer tais expressões e saber utiliza-las adequadamente, algo que somente torna-se
possível através do exercício, pois, como já dito, a única maneira de absorver este
conhecimento consiste em treinar com freqüentemente.

• Do tronco;

Com relação ao tronco, seria interessante apenas salientar aquilo que o orador deve e o
que não deve fazer jamais.

• O que não deve ser feito;

a) manter uma postura excessivamente rígida (militar).
b) dirigir o olhar a uma parte do auditório sem girar o corpo (olhar “por cima”)
c) ficar balançando para um lado e outro;
d) ficar balançando para frente e para trás;
e) ficar alternando entre dobrar o tronco para direita e para esquerda;

• O que deve ser feito;

a) agir com naturalidade;
b) manter o tronco ereto;
c) girar o tronco (sem exagerar) na direção em que se olha ;
d) manter-se, sempre que possível, na postura clássica;

O Fonoaudiólogo e o Professor de Canto


Em Busca de um Padrão de Canto
Adequado e Saúde Vocal do Cantor.


Prof Reynaldo Gomes Lopes,MS.

Fonoaudiólogo – CRFa 6914-RJ

Mestre em Educação – UERJ

e-mail: reynaldo-lopes@uol.com.br

“Viver é afinar um instrumento

De dentro pra fora

De fora pra dentro

A toda hora

A todo momento

De dentro pra fora

De fora pra dentro”

Serra do Luar – Walter Franco





Quando se pensa em canto vem a mente o ideai de afinação, adequação, prazer, beleza, entre tantas outras qualidades. Baseando-se na letra de serra do Luar verificamos que a idéia de viver também caminha pela trilhar do afinar. Afinar um instrumento de dentro pra fora e o seu inverso. Afinar, desejo constante de quem canta e de quem escuta.
Entram em cena dois importantes atores que propiciam o afinar desse instrumento que é a laringe humana. São eles: o fonoaudiólogo, o professor de canto. Ambos com sua importância e méritos quando se alcança o objetivo final que é o canto afinado e belo. Os trabalhos desses profissionais têm que ser integrados e entendidos para que não haja confusões entre os seus reais papéis. Procura-se nessa discussão levantar a bandeira do estabelecimento de cada função profissional em prol do bem estar do cantor, nosso cliente final

O Fonoaudiólogo tem a função de orientar o cantor no uso da sua voz para que não ocorra exageros e esforços desnecessários tendo como conseqüência sérios prejuízos no seu trato vocal. Já o professor de canto irá atuar nas mudanças da estética vocal com segurança, pois a meta de ambos é trabalhar a voz cantada sem danos ou prejuízos orgânicos e/ou funcionais.

Em Albuquerque, 1997 temos os seguintes depoimentos:

“Acho uma falha muito grande não ter uma fonoaudióloga dentro de um conservatório. Sinto uma grande dificuldade em perceber quando o aluno de canto chega com um problema de voz. Sou professora de canto lírico. Os professores de canto possuem uma sensibilidade acústica muito boa, mas só o nosso ouvido não basta. Escuto o problema, mas não tenho um conhecimento fisiológico da voz no canto. Não tenho condições de dizer o que pode estar acontecendo lá “por dentro”. A voz é como se fosse uma máquina. O fabricante conhece a máquina, o técnico atua na máquina. Preciso saber como funciona esta máquina e o que é preciso para que ela funcione sem estragos”. (Angelina Colombo Ragazzi - professora de canto lírico há 10 anos no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos de Tatuí, 1996).

“O cantor é um pintor. Sua voz é o pincel, a capacidade de modulação suas tintas, e o espaço sua tela. Sua voz é um instrumento de que ele se utiliza: a arma com a qual combate. Nenhum músico toca um instrumento quebrado, assim como ninguém participa de um duelo com espada enferrujada ou defeituosa”. (SINNEK, 1955).

Materializam-se aqui as preocupações que permeiam os mundos dos fonoaudiólogos que atuam com voz estética e o dos professores de canto. Ambos preocupam-se com a boa saúde do seu cliente, da boa qualidade vocal. Ousamos afirmar ainda que a união dos esforços de trabalho do fonoaudiólogo com o do professor de canto é como se fosse um casamento que dá certo. É uma união de respeito e de cumplicidade e que objetiva o melhor desempenho de seu objeto final: a saúde e a beleza da voz do cantor.

O cantor ao buscar o professor de canto espera ter na sua voz a capacidade técnica de domínio vocal e que este propicie uma boa expressão de sentimentos e idéias. Para se chegar a este fim é necessário que o cantor desenvolva modulações, sonoridades e suavidade, mas isso tudo deverá ser adquirido sem esforços musculares que prejudicariam sue trato vocal e sem cansaços. Para tanto é necessário que o aspirante a cantor esteja preparado física e organicamente para essa maratona da aprendizagem das técnicas. A principal musculatura que deverá estar preparada e condicionada é a laríngea. Reforçando essas afirmações encontramos ainda em Albuquerque, 1997 duas importantes citações:

“Segundo SINNEK (1955) o que importa não é a quantidade de voz que o cantor possui, mas o modo artístico de empregá-la: a TÉCNICA.”

“PINHO (1997) afirma que o canto sem preparo e técnica pode ser extremamente prejudicial ao aparato vocal, causando sérios distúrbios orgânicos secundários.”

Em hipótese alguma se deseja afirmar aqui que todas as pessoas necessitem do binômio fonoaudiólogo/professor de canto. A partir do momento que se tem a certeza que não há comprometimento patológico na laringe, o professor de canto é o profissional que vai cuidar do desenvolvimento do cantor. O que é esperado aqui é deixar claro que havendo patologia laríngea é necessária a atuação dos profissionais em conjunto. O trabalho do fonoaudiólogo é preparar o trato vocal e sua musculatura para a prática do bom cantar.Unindo-se a arte com a ciência fonoaudiológica, unimos o trabalho árduo do Fonoaudiólogo de do Professor de Canto num só rumo, que é promover a saúde vocal dos cantores.

Isso posto, espera-se que Fonoaudiólogos executem o seu papel específico e não atuem como professores de canto e vice-versa. A união dos dois trabalhos que é o segredo do sucesso da promoção da saúde vocal do cantor. Trabalhando-se com prevenção dos distúrbios do trato vocal e avaliações fonoaudiológicas antes do trabalho intenso de técnica vocal do professor de canto tem como conseqüência o desenvolvimento da saúde vocal do cantor em todos os níveis. Ambos profissionais trabalham para alcançar o belo,mas não a qualquer preço. Esse belo pode e deve ser alcançado com saúde e conhecimento corporal e o cantor só poderá obter o amplo conhecimento disso se tiver assessorado por um Fonoaudiólogo e um professor de canto consciente de seus papéis.

Cuide de Seu Patrimônio, a Voz

Cuide de Seu Patrimônio, a Voz


Ritmo, afinação. Não seria exagero dizer que falar é como cantar. Frank Sinatra foi a maior prova. Não é a toa que seu apelido era "A Voz". "A voz é tudo no nosso trabalho. Uma voz bem colocada dá uma interpretação diferenciada para uma reportagem, uma impostação de voz correta faz com que você passe a informação com mais credibilidade", afirma o repórter César Tralli. "A voz é um meio de sobrevivência para mim", resume Carlos Nascimento.

Coordenar bem a respiração. Não gritar. Essas algumas das regras que os comunicadores devem seguir para preservar a voz. Tudo bem mas vai dizer isso para o narrador do jóquei.

Roberto Casela fala mais ou menos 280 palavras por minuto. Ele narra turfe nesse ritmo alucinante ha 20 anos. Se por uma lado abusa, por outro, faz de tudo para poupar o seu instrumento de trabalho. "Eu não fumo, não bebo coisas geladas, procuro tomar banho morno."

Longe dos microfones, mas falando alto na sala de aula, são os professores que mais sofrem com a rouquidão e os nódulos nas cordas vocais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

Em segundo lugar, estão os operadores de telemarketing. "Falar muito, falar alto, não beber água enquanto está usando a voz profissionalmente, são talvez os aspectos mais importantes que eu poderia citar desses 'profissionais da voz'", explica Leslie Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

Bem, se você quiser tratar a sua voz com o carinho que ela merece, anote algumas dicas de quem entende do assunto. "Evito ar-condicionado, bebida muito gelada, vento em geral", revela Carla Vilhena. "Chupo muitas frutas cítricas, que ajudam a limpar as cordas vocais", diz o repórter César Galvão.

Lembre-se: “A voz é necessária para a comunicação e para a vida! Cuide de sua voz!”

Você sabe o que é voz?

A voz é o som produzido pelo homem que o identifica quanto a sua idade, seu sexo, tipo físico, raça, procedência, nível sócio-cultural, características de personalidade e estado emocional.

Como é produzida a voz?

A voz é produzida na Laringe por meio da vibração das pregas vocais (também popularmente conhecida como cordas vocais), que realizam seu movimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e à ação dos músculos da laringe. Este som vai se modificando nas cavidades que funcionam como “alto-falantes”: faringe, cavidade bucal e nasal e seis da face. A estas modificações dá-se o nome de ressonância.

Como perceber problemas na voz?

Ardência, dor na garganta, perda de voz ou rouquidão podem ser sinais de problemas vocais. A consulta com um médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo é necessária caso os sintomas persistam.

Quem é o fonoaudiólogo?

É o profissional que trabalaha com a comunicação humana nos diversos aspectos, incluindo também os assuntos relacionados à voz.

Como cuidar da sua voz?

Evitar gritar ou falar durante muito tempo.
Procurar não se expor a mudanças de temperatura ambiental, tomando cuidado inclusive com bebidas geladas.
Não pigarrear ou tossir, pois este hábito promove atrito entre as pregas vocais. Prefira engolir saliva ou tomar água.
Evitar bebidas alcóolicas, pois estas atuam como anestésicos, melhorando a voz aparentemente e mascarando seu abuso. O mesmo acontece com sprays, pastilhas e drops.
Beber bastante água, principalmente em ambiente com ar condicionado.
Fazer gargarejos suaves com água morna e pouco sal antes de deitar.
Não falar em ambientes muito ruidosos, evitando “competir” com o barulho.
No caso de ser alérgico, evitar exposição a poeira, gás e cheiros muito fortes.
Mastigar bem os alimentos, dar preferência aos leves e evitar os muito temperados.
Evitar alimentos achocolatados e derivados de leite, principalmente antes do uso profissional da voz, pois estes aumentam a secreção no trato vocal.
Enquanto estiver falando, manter a postura do corpo ereta, no eixo, porém relaxada, principalmente a cabeça.
Evitar fumo, pois o mesmo irrita a mucosa de todo aparelho fonador, especialmente as pregas vocais.

Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia

Mais sobre cuidados com a voz

Mais sobre cuidados com a voz


Cuidados com a Voz - Saude e Higiene

Apresentamos uma listagem dos cuidados de saúde e higiene vocais a seguir por qualquer Profissional de Voz, no sentido de evitar disfonias (alterações vocais com origem orgânica e/ou funcional) ou de contribuir para o seu tratamento. Uma voz saudável significará sempre uma voz agradável, flexível e fácil de utilizar. Em caso de quaisquer sintomas ou dificuldades a nível vocal, deve ser procurado um Otorrinolaringologista e um orientador de Técnica Vocal. Permitido! - Manter uma postura correcta enquanto se trabalha com a voz: corpo erecto com correcto alinhamento do eixo cabeça-pescoço-costas, mas relaxado. - Aquecer e desaquecer a voz antes e depois dos esforços vocais, através dos exercícios aprendidos nas sessões de Técnica Vocal. - Manter o aparelho fonador hidratado, bebendo uma média de 2 litros de água por dia, de preferência à temperatura ambiente. - Praticar uma alimentação saudável, rica em alimentos leves e de fácil digestão (frutas, legumes, vegetais, peixe, frango). - Ingerir citrinos ou o sumo destas frutas, que auxiliam a absorção do excesso de secreções, e maçã, que tem propriedades adstringentes. - Dormir 8 horas por noite e repousar nos períodos de maior trabalho vocal. - Fazer repouso vocal após o uso intensivo da voz. - Relaxar e trabalhar o controlo emocional, através de Técnica Alexander, Yoga, Tai-Chi, etc. - Praticar exercício físico regularmente, como natação, ciclismo, aeróbica, etc. (respiração e alongamento dos músculos). - Sempre que possível, respirar pelo nariz, principalmente no exterior. - Aprender a ouvir a própria qualidade vocal, para reconhecer o esforço vocal e as tensões desnecessárias e conseguir assim evitá-las. - Em caso de sintomas ou dificuldades a nível vocal, consultar um Otorrinolaringologista ou um orientador de Técnica Vocal. A Evitar! - Evitar festas ruidosas e lugares barulhentos, antes e depois do esforço vocal, já que obrigam à competição sonora entre a voz e o ruído. - Evitar a permanência em ambientes refrigerados ou aquecidos por ar condicionado, já que este retira a humidade do ar. - Evitar ambientes com poeiras, mofo ou cheiros fortes e irritantes. - Evitar tossir ou pigarrear, já que favorecem o atrito nas cordas vocais; optar por engolir saliva ou beber água para afastar o incómodo. - Evitar alimentos pesados, muito condimentados ou gordurosos antes de deitar, para evitar o refluxo gastroesofágico. - Evitar também estes alimentos antes do esforço vocal. - Moderar o consumo de café, chá preto e bebidas com gás, entre outras bebidas irritantes. - Evitar o consumo de leite e derivados antes de intensa actividade vocal, pois aumentam a secreção de muco no tracto vocal. - Evitar usar muito a voz após ingestão de grandes quantidades de aspirina, calmantes ou diuréticos, que ressecam a mucosa. - Evitar as roupas apertadas junto ao pescoço e cintura (golas altas, cintos apertados, calças ou saias muito justas) e sapatos de salto muito alto. - Evitar falar enquanto se faz exercício físico. - Evitar esforços vocais durante o período pré-menstrual, já que as alterações hormonais facilitam o desenvolvimento de disfonias. Proibido! - Evitar o cigarro, grande inimigo de quem trabalha com a voz. - Nunca fazer esforço vocal ou cantar quando não se apresentam boas condições de saúde, principalmente estados gripais ou crises alérgicas. - Nunca expor o aparelho fonador a choques térmicos, como mudanças bruscas da temperatura do ar e alimentos ou bebidas geladas ou muito quentes. - Evitar locais poluídos com fumo, seja ele originado por tabaco, fogueiras, escapes de automóveis, etc. - Não utilizar o álcool ou qualquer outro tipo de drogas como desinibidores, pois ressecam e anestesiam a garganta, possibilitando abusos vocais. - Evitar gritar, falar muito alto ou sussurrar, já que submetem as cordas vocais a um esforço exagerado e atrito. - Evitar entrar nas reservas de ar durante o uso da voz falada. - Não trabalhar a voz ou ensaiar por mais de uma hora sem descanso. - Nunca tomar medicamentos por conta própria; o uso de pastilhas, sprays ou anestésicos sem orientação médica pode agravar os sintomas e ter graves consequências a longo prazo; por outro lado, o mesmo medicamento resulta de forma diferente em organismos diferentes. - Evitar também o recurso a chás e infusões de efeito desconhecido, pois nem sempre resolvem o problema e podem acabar por irritar ou ressecar as mucosas.

A Voz do Profissional

A Voz do Profissional


Tal como as impressões digitais, também a voz é algo de característico e único em cada ser humano. A nossa voz apresenta-nos perante o outro: ela varia de acordo com o sexo, a idade, a profissão, a personalidade, o estado emocional e a intenção comunicativa com a qual é utilizada. É através da nossa voz que expressamos sentimentos, emoções, ideias e pensamentos. Ela mostra quem somos. A voz é uma forma completa e especificamente organizada de actividade consciente, possuindo não só a função de comunicação, mas também a de abstracção da realidade e de organização da actividade mental, regulando o comportamento, reorganizando a percepção, introduzindo o homem no mundo simbólico como elemento activo. Conseguimos comunicar com os outros utilizando apenas a voz, como por exemplo numa conversa telefónica, e somos perfeitamente compreendidos. Se usufruir de uma voz agradável, trabalhada, bem colocada e projectada é desejo de qualquer pessoa, para aqueles que trabalham diariamente utilizando a sua voz o treino vocal torna-se uma necessidade criada pela profissão; para estes é aconselhada a formação em Técnica Vocal, no sentido de dar resposta às dificuldades encontradas no desempenho da sua profissão. Na maior parte dos casos, o profissional da voz tem pouca consciência de que possui um instrumento de trabalho valioso e frágil, ao qual dirige pouca ou nenhuma atenção e fracos cuidados. O chamado Profissional da Voz é qualquer indivíduo que utiliza a voz como instrumento de trabalho, ou seja, que depende da voz para exercer a sua profissão. Assim, são profissionais da voz os cantores (a solo ou em coro), os actores, os professores, os formadores, os locutores de Rádio e Televisão, os animadores sociais, os intérpretes de conferência, os advogados e juízes, os operadores telefónicos, os políticos e oradores, os vendedores e promotores, os guias turísticos, entre outros. Para um profissional da voz, o aparelho fonador é o seu instrumento de trabalho mais precioso, já que é ele que o permite exercer diariamente a sua função. Sem a voz, cerca de 50% dos portugueses não teriam como trabalhar. É do domínio público que existe um acentuado número de profissionais desta natureza que sofrem problemas relacionados com a voz, resultantes da sua incorrecta e abusiva utilização, nomeadamente a nível de má colocação e má respiração. Se acrescentarmos a isto o pouco ou nenhum conhecimento em relação ao aparelho fonador e ao seu funcionamento, as repercussões na saúde do profissional só podem ser desastrosas. Neste contexto, as aulas de Técnica Vocal são especialmente aconselhadas aos profissionais da voz, pois providenciam a aquisição prática da técnica para prevenir os distúrbios vocais, possibilitam a manutenção dessas práticas correctas, e contribuem também para o tratamento da maioria dos distúrbios e disfonias. A aquisição da técnica para o correcto uso da voz passa então a ser, para estes profissionais, uma questão de sobrevivência de carreira.